2018-04-18

Um Herberto Helder desconhecido

Livro inédito de crónicas e reportagens em minúsculas é publicado a 4 de maio pela Porto Editora.

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em minúsculas traz a lume crónicas e reportagens de Herberto Helder em Angola, num livro com investigação, digitalização, transcrição, revisão e seleção a cargo de Daniel Oliveira – que também assina o prefácio –, Diana Pimentel e Raquel Gonçalves. Este livro, publicado pela Porto Editora, chega às livrarias a 4 de maio.

Todos os textos aqui reunidos foram publicados no Notícia – Semanário Ilustrado, quando Herberto Helder viveu em Luanda, e correspondem a pouco mais de um ano de colaboração – entre abril de 1971 e junho de 1972 – em que o poeta assinou como Herberto Helder e Luís Bernardes (ou respetivas iniciais).

«Se perguntassem a Herberto Helder se alguma vez foi jornalista é possível que respondesse, com um sorriso irónico ou até alguma irritação, que não. Diria, talvez, que escreveu no Notícia para poder viver em Angola. Assim como antes escrevera em jornais da metrópole por “coisas de dinheiros”. E se olharmos para o jornalismo que quotidianamente era e é feito é justo dar-lhe razão. Recusa a impessoalidade competente, foge da narrativa de consumo confortável, não se compartimenta em géneros com as suas respetivas receitas e sorri de quase tudo que é o que quase tudo merece. Conta-nos quase tudo como se fosse a primeira vez que vê e que a coisa é vista, com uma virgindade nada inocente. Herberto Helder não foi jornalista porque foi sempre outra coisa qualquer.» (Do Prefácio de Daniel Oliveira)

O AUTOR

Herberto Helder nasceu em 1930 no Funchal. Em 1948 matriculou-se em Direito mas cedo abandonou esse curso para se inscrever em Filologia Românica, que frequentou durante três anos. Teve inúmeros trabalhos e colaborou em vários periódicos como A Briosa, Re-nhaunhau, Búzio, Folhas de Poesia, Graal, Cadernos do Meio-dia, Pirâmide, Távola Redonda, Jornal de Letras e Artes. Em 1969 trabalhou como diretor literário da Editorial Estampa. Viajou pela Bélgica, Holanda, Dinamarca e em 1971 partiu para África onde fez uma série de reportagens para a revista Notícias. Em 1994 foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa, que recusou. Faleceu em Cascais a 23 de março de 2015, tinha 84 anos.

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