Uma mulher aparentemente viva

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SINOPSE

A mulher acordou com o mundo todo na cabeça
um magnífico chapéu de mares entrelaçados
E assim foi,
porque a mulher pode escolher ter o mundo noutro lugar
visto que o mundo não é sempre como aparenta ser
nem está sempre onde é certo estar


A mulher pensou:
Oh, que chapéu magnífico
Era tudo muito melhor quando imaginava
E movimentava-se como um asteroide
que se desloca pela língua
Sabia-se mais alta quando não falava
e subia, subia sempre
na esperança de um lugar onde coubesse
tudo o que pensou, mas não disse
tal como o mundo, não o de fora
mas qualquer coisa que não se visse


«A desarmante intimidade da poesia de Cláudia R. Sampaio coloca-nos no lugar intenso de quem parece esperar-se uma resposta. Assistimos à sua auscultação, à ansiedade pelo diálogo, sabendo bem que não é nossa a palavra que a salvaria, mas a tentação fica inteira na nossa boca. A força da sua poesia retira-nos a possibilidade de passarmos incólumes. Estamos comprometidos desde a leitura dos primeiros versos. Somos todas as pessoas que ama, que precisa de amar, e somos todas as pessoas que a magoaram ou se tornaram insuficientes. A força desta poesia não é, contudo, por confrangimento. Muito ao contrário. É pela humanidade, pela fortuna ética, pela beleza da expressão tão nua, tão sem máscaras de estilo que resulta num estilo de esplendor, naturalíssimo, cristalino.
Ou, talvez, tudo um pouco ao contrário. Quando toda a intimidade é uma deriva, tão sem rumo e sem garantia, o leitor é o lado de lá das pessoas fundamentais.
Ele comparece como útil fantasia na gestão das carências do sujeito poético. Subverter a distância entre quem escreve e quem lê foi sempre um milagre pretendido pela poesia.
Este livro é, por isso, um milagre.»

por Valter Hugo Mãe, curador da coleção "elogio da sombra"
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COMENTÁRIOS DOS LEITORES

Poesia em cru
Sandra | 2023-07-27
Gosto muito da poesia da Cláudia R. Sampaio porque é visceral, ressoa cá dentro e mexe connosco. Para quem gosta de ser desafiado, recomendo muitíssimo.
A bela da poesia de Cláudia R. Sampaio
Beatriz Rito | 2022-08-22
Cláudia R. Sampaio já nos habituou à sua escrita fenomenal e diferente de tudo o que há em Portugal e no mundo. É sempre um privilégio poder ler as suas palavras. Adorei, adorei este livro. Mas confesso-me ainda mais fã do seu livro ´´Já não me deito em pose de morrer´´. Absolutamente sublime. Claro que livros excepcionais só poderiam resultar da curadoria de Valter Hugo Mãe. Muitos parabéns. Recomendo!

DETALHES DO PRODUTO

Uma mulher aparentemente viva
de Cláudia R. Sampaio
ISBN: 978-972-0-03528-8
Edição/reimpressão: 05-2022
Editor: Porto Editora
Código: 03528
Idioma: Português
Dimensões: 160 x 198 x 9 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 68
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros > Livros em Português > Literatura > Poesia

sobre Cláudia R. Sampaio

Cláudia R. Sampaio é uma poeta e pintora nascida em Lisboa (1981). Tem seis livros de poesia publicados até ao momento: Os dias da Corja, A primeira urina da manhã, Ver no escuro, 1025mg, Outro nome para a solidão e Já não me deito em pose de morrer. Também está publicada no Brasil com a trilogia ‘Inteira como um coice do Universo’ (Edições Macondo). Em 2017, estreou-se na escrita para teatro, com uma peça para a 10.ª edição do festival PANOS, na Culturgest.
Actualmente, é artista residente do projecto MANICÓMIO.
Vive em Lisboa com as suas duas gatas: Polly Jean e Aurora.
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