Política para Perplexos é o novo livro de Daniel Innerarity, premiado ensaísta e filósofo espanhol, conselheiro de Chefes de Estado europeus e americanos, e um dos 25 pensadores mais influentes do mundo (Le Nouvel Observateur).
Neste livro, que chega dia 3 de outubro às livrarias pela Porto Editora, o autor propõe uma reflexão sobre o estado de perplexidade em que vivemos, sobre as causas que levaram à ascensão de populismos e sobre o sentimento generalizado de pessimismo e incerteza face ao futuro.
Daniel Innerarity vai estar em Portugal entre os dias 15 e 18 de outubro para contactos com a comunicação social e participação em dois eventos:
• NOVA SBE, Carcavelos | 15 de outubro | 15:00: Participação na mesa-redonda «Para entender a crise das democracias», da Academia de Cidadania Inteligente (org. Câmara Municipal de Cascais e Nova SBE);
• FLUP, Porto | 16 de outubro | 17:30: Sessão Solene de Abertura do Ano Letivo na Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Lição de Sapiência subordinada ao título «La república de los intérpretes».
SOBRE O LIVRO
Vivemos numa época de incerteza. As sociedades anteriores à nossa viveram com um futuro talvez mais sombrio, mas a estabilidade das suas condições de vida – por muito negativas que fossem – permitia-lhes pensar que o porvir não ia lhes trazer demasiadas surpresas. A perplexidade é uma situação própria das sociedades em que o horizonte do possível se abriu tanto que os nossos cálculos acerca do futuro são especialmente incertos.
O século XXI estreou-se com a convulsão da crise económica, que produziu vagas de indignação, mas não ocasionou uma especial perplexidade; contribuiu até para reafirmar as nossas principais orientações: quem eram os malvados e quem eram os bons, por exemplo. O mundo voltou a categorizar-se com nitidez entre perdedores e ganhadores, entre o povo e a casta, entre quem manda e quem sofre, ao mesmo tempo que se atribuíam as responsabilidades com relativa segurança. Mas a atual paisagem política encheu-se de uma deceção generalizada que já não se refere a algo concreto, mas sim a uma situação em geral. E sabemos que o mal-estar, quando se torna difuso, provoca perplexidade. Irrita-nos um estado de coisas que não pode contar com a nossa aprovação, mas irrita-nos ainda mais não sabermos como identificar esse mal-estar, quem culpar por ele e a quem confiar a mudança da referida situação.
SOBRE O AUTOR
É catedrático de Filosofia Política e Social, investigador Ikerbasque na Unversidade do País Basco e diretor do Instituto de Gobernanza Democrática.
Entre as suas últimas obras destacam-se A Humanidade Ameaçada (com Javier Solana), O Futuro e os Seus Inimigos, O Novo Espaço Público e A Sociedade Invisível.
Foi galardoado com o Prémio de Humanidades, Cultura, Artes e Ciências Sociais pela Sociedade de Estudos Bascos / Eusko Ikaskuntza em 2008. Colabora assiduamente com artigos de opinião para os jornais El País, El Correo/Diario Vasco. É membro da Academia das Ciências e Artes com sede em Salzburgo. Em 2018 foi-lhe atribuído o prémio Eulalio Ferrer, sucedendo a personalidades como Fernando Savater, Mario Vargas Llosa e Edgar Morin.