Em Transbordo em Moscovo, o novo livro de Eduardo Mendoza, o leitor assiste aos fenómenos sociais do final do século xx, através do olhar de Rufo Batalla, personagem dividida entre a existência serena e a conturbada amizade com o pretendente a um trono ridículo. É verdade que o fim do século pressagia mudanças irreversíveis, mas algumas certezas permanecem: a fé na razão, a arte e a prosa mordaz do autor espanhol, tudo isto estampado neste que é o derradeiro título da trilogia também composta por O rei recebe e A repartição do yin e do yang.
O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 9 de março.
«Um chimpanzé ouve um trovão e corre a refugiar-se da chuva. Um homem primitivo ouve o mesmo trovão, identifica-o com a voz de um deus implacável e corre a sacrificar o vizinho para o apaziguar. É daí que saem a religião, a filosofia, a arte. Mas compensa o preço que pagámos?»
Eduardo Mendoza
SOBRE O LIVRO
Transbordo em Moscovo
As aventuras de Rufo Batalla parecem terminar quando se casa com a herdeira de uma família rica. Ainda assim, não consegue esquecer o príncipe Tukuulo e as suas pretensões. A agitada transição política espanhola deu lugar a uma prosperidade económica que parece não ter fim. Entretanto, a queda do Muro de Berlim conclui um processo de transformação que deixa antever a derrocada da URSS. De repente, o que parecia uma loucura – a conquista do reino da Livónia – volta a ser possível. Sempre por motivos alheios à sua vontade, Rufo Batalla viaja para Londres, Nova Iorque, Viena e Moscovo, enfrentando situações insólitas e sendo obrigado a desempenhar papéis inesperados. Porém, quando descobre que os serviços de inteligência soviéticos vão no encalço do príncipe, dá-se conta de que a vida familiar e a de agente secreto não são fáceis de conciliar.
CRÍTICAS DE IMPRENSA
«Um magnífico requiem melancólico de um século, escrito por um narrador cujo humor e lucidez são um deleite para os seus leitores.»
ABC Cultural
«Um divertimento inteligente que não esquece a acertada reflexão sobre as contradições lacerantes do nosso presente.»
La Razón
«[…] uma reflexão íntima sobre o último terço do século xx, vivido por alguém muito parecido, em sensibilidade e humor, com o próprio Mendoza.»
Babelia
«Um romance inteligente e divertido, no qual Mendoza volta a confirmar a sua qualidade enquanto narrador.»
El Imparcial
SOBRE O AUTOR
Eduardo Mendoza
Nasceu em Barcelona, em 1943. Autor de uma vasta obra, iniciada em 1975 com A verdade sobre o caso Savolta (que imediatamente obteve o Prémio da Crítica e se transformou numa obra «fundadora» da nova literatura espanhola), é hoje um dos vultos cimeiros do panorama literário europeu. Os seus livros foram repetidamente galardoados, quer em Espanha quer noutros países, e têm sido frequentemente adaptados ao cinema. Em 2016, venceu o Prémio Cervantes, o mais importante galardão da literatura de língua castelhana.
2023-03-01