2021-08-25

Ofício, de João Rasteiro    

Antologia poética do poeta de Coimbra é a nova obra da elogio da sombra.

Partilhar:

No dia 26 de agosto, chega às livrarias o 18.º volume da coleção de poesia elogio da sombra, coordenada por Valter Hugo Mãe. Ofício [Poesia: 2000 – 2020] é a recolha poética de João Rasteiro.

Dispersa e muitas vezes inacessível, este volume revela a obra com "um esplendor límpido que a denuncia acima de qualquer discrição possível", escreve o curador da coleção, criando nestas páginas "uma afirmação estável e inequívoca da importância do seu imaginário na poesia recente portuguesa".

São 20 anos de criação divididos em 6 idades, "um trajeto balizado por marcos esparsos nos vários livros da antologia", cujo prefácio de Mário Cláudio antevê que a "gesta do achamento destrinçará na charada das rotas, e ao sabor do capricho dos ventos, o clarão de uma glória casual".

SOBRE O LIVRO

A vasta obra poética de João Rasteiro encontra neste volume um esplendor límpido que a denuncia acima de qualquer discrição possível. Se por tanto tempo se teve como poeta na periferia, disperso por volumes de um sem-número de chancelas, constantemente esgotado e inacessível, é agora intenção criar nestas páginas uma afirmação estável e inequívoca da importância do seu imaginário na poesia recente portuguesa.
São inúmeros seus belíssimos versos, onde o sujeito poético me soa a litúrgico, solene em sua condição mortal perfeitamente assumida. Comove-me o jeito que tem de impedir qualquer sobranceria. O seu tremendismo é todo no reconhecimento dos outros, e da natureza, desde logo pela ânsia de haver um Deus que se responsabilize no diálogo absoluto. Comove-me que busque as coisas comuns, que não são pequenas, como o amor ou a amizade, a memória dos que morreram, a glória última de ainda matar a sede, persistir, sobreviver. Abre o livro dizendo que "a secura tem os teus olhos a fazer de sol". É o que sinto na sua poesia. Por maior tormento, por maior perturbação ou linear tristeza, tenho os seus versos a fazer de sol. Esta é uma poesia dirigida à luz, que sabe da luz, encontra-a. Não nos apouca ou impede. Muito ao contrário, intensifica-nos, deita-nos em movimento.
Valter Hugo Mãe

SOBRE O AUTOR

Nasceu em Coimbra, em 1965. Licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos, pela Universidade de Coimbra. Integra a Direcção do PEN Clube Português e os conselhos editoriais das revistas DEVIR e folhas, letras & outros ofícios. Publicou em revistas e antologias de Portugal, Brasil, Itália, França, Espanha, Finlândia, República Checa, Hungria, Moçambique, México, USA, Colômbia, Argentina, Nicarágua e Chile. Obteve diversos prémios, nomeadamente o Prémio Literário Manuel António Pina (2010). Em 2012 foi um dos finalistas [POESIA] do Prémio Portugal Telecom de Literatura. Organizou e coordenou as antologias de poesia portuguesa contemporânea, Poesia Portuguesa Hoje, (Colômbia, 2009) e Aqui nesta Babilónia (Espanha, 2018). Tem participação diversa (letras), em CD de Fado (Canção) de Coimbra. Vive e trabalha (Casa da Escrita/CMC) em Coimbra.

Conheça as nossas novidades

Seja o primeiro a conhecer os livros que acabaram de chegar, notícias sobre autores, conteúdo exclusivo e muito mais!

Conheça as nossas novidades

Seja o primeiro a conhecer os livros que acabaram de chegar, notícias sobre autores, conteúdo exclusivo e muito mais!