Um dia tudo isto será meu
[uma antologia]
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SINOPSE
Há na poesia de João Habitualmente uma impressão de ironizar tudo em favor de certa nostalgia. Não é imediato. Vamo-nos inteirando de seu espírito lentamente, disfarçado como está numa contida desgraça também cómica.
Pode acentuar-se nos poemas em que as moças, a palha e os campos seguem um imaginário algo antigo. Sabemos das aldeias como do lugar onde a verdade morreu.
O jeito de Habitualmente é muito específico. Produz um efeito quase mal-educado, um impropério ou modo de se marimbar, que fere os poemas na sua rama mais lírica, por vezes meio romântica, a prometer desfechos bem comportados que nem sempre se consumam.
Temos constantemente a sensação de o poema ser devorado pelo golpe do que não se domina, uma inclinação para que se diga de modo armado, perigando a condição do poeta e denunciando a desfaçatez do mundo. Todas as figuras são dignas de serem, a um tempo, maravilhosas e terríveis. Todas podem tornar-se risíveis.
É talvez o traço mais constante da poesia de João Habitualmente, a assunção da falha. Algo que poderia ser imaculado mas que, por azar da extrema realidade, se vulnerabiliza. Como aquela história da educação. Tem tudo para ser irrepreensível, de uma cultura e elegâncias inestimáveis mas, aqui e ali, não contém a limpidez do protesto. A limpidez da catarse. Fá-lo brilhantemente. Protesta, insulta e ama brilhantemente.
por Valter Hugo Mãe, coordenador da coleção elogio da sombra.
Pode acentuar-se nos poemas em que as moças, a palha e os campos seguem um imaginário algo antigo. Sabemos das aldeias como do lugar onde a verdade morreu.
O jeito de Habitualmente é muito específico. Produz um efeito quase mal-educado, um impropério ou modo de se marimbar, que fere os poemas na sua rama mais lírica, por vezes meio romântica, a prometer desfechos bem comportados que nem sempre se consumam.
Temos constantemente a sensação de o poema ser devorado pelo golpe do que não se domina, uma inclinação para que se diga de modo armado, perigando a condição do poeta e denunciando a desfaçatez do mundo. Todas as figuras são dignas de serem, a um tempo, maravilhosas e terríveis. Todas podem tornar-se risíveis.
É talvez o traço mais constante da poesia de João Habitualmente, a assunção da falha. Algo que poderia ser imaculado mas que, por azar da extrema realidade, se vulnerabiliza. Como aquela história da educação. Tem tudo para ser irrepreensível, de uma cultura e elegâncias inestimáveis mas, aqui e ali, não contém a limpidez do protesto. A limpidez da catarse. Fá-lo brilhantemente. Protesta, insulta e ama brilhantemente.
por Valter Hugo Mãe, coordenador da coleção elogio da sombra.
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DETALHES DO PRODUTO
Um dia tudo isto será meu
ISBN:
978-972-0-03227-0
Edição/reimpressão:
12-2019
Editor:
Porto Editora
Código:
03227
Coleção:
Elogio da sombra
Idioma:
Português
Dimensões:
160 x 198 x 16 mm
Encadernação:
Capa mole
Páginas:
160
Tipo de Produto:
Livro
Classificação Temática:
Livros > Livros em Português > Literatura > Poesia
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