Rumor Branco

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SINOPSE

Mais «romance novo» do que nouveau roman, Rumor Branco é uma representação do mundo português de 1962 enquanto náusea. E no entanto, a polémica que à época identificou Almeida Faria como delfim do «existencialismo» (em resposta ao astuto prefácio de Vergílio Ferreira), agitou o vão fantasma das «angústias metafísicas» onde havia, na verdade, um novíssimo e torturado realismo, uma denúncia de um quotidiano opressivo, repugnante. Mas é a linguagem, antes de mais, que se revolta: a fragmentação, a pontuação escassa, a sintaxe ousada, uma partitura dissonante e ofegante de provérbios, palavras de ordem, neologismos, clichés. Uma música pós-musical, como a de Stockhausen, a que o título alude. Na década mais moderna do romance português, o jovem escritor de dezanove anos recusava uma ficção didática, previsível e de fundo otimista. Eduardo Lourenço chamou-lhe uma «literatura desenvolta», que vale tanto pelo que consegue como por aquilo que recusa. Nem gratuito nem ensimesmado, Rumor Branco desmultiplica-se em perspetivas agudas, do melodrama lisboeta à boémia parisiense, passando pela militância política ativa e pelo proverbial enfado dos burgueses cultos; no essencial, a sua visão é feérica, espectral, e em várias passagens o fio narrativo cede lugar a digressões poéticas soturnas. Portugal como assombração, como assombro. E uma literatura nova nos escombros de um mundo antigo.
Pedro Mexia


Assim, e com a responsabilidade que me pesa sobre uma experiência literária já não curta, é-me sobremaneira grato anunciar o aparecimento de um desde já invulgar escritor e, confiadamente, de um futuro grande escritor.
Vergílio Ferreira

Rumor Branco é a voz mais consoladora, veemente, solitária, contraditória e consciente dessa contradição, de todas que me têm chegado da nova geração¿ Desde Álvaro de Campos que uma tal dilacerante litania da solidão (e seu inverso fervor) não me chegava aos ouvidos. A jovem literatura está cheia desse tremendo fantasma, mas em parte alguma senti que o seu não-mundo fora de novo atravessado, e com a violência que conquista os céus.
Eduardo Lourenço

Almeida Faria foi génio aos dezanove anos, quando publicou Rumor Branco, e desde então tem ousado publicar uma obra imprevisível, corajosa e inclassificável.
Miguel Esteves Cardoso


Nota sobre o autor:

Almeida Faria
Nasceu em 1943. Aos dezanove anos publicou o seu primeiro e premiado romance, Rumor Branco. Além de romancista, é autor de ensaios, contos, teatro. Mais recentemente publicou, a partir de um conto seu, o libreto para a cantata de Luís Tinoco Os Passeios do Sonhador Solitário; e O Murmúrio do Mundo, relato ensaístico de uma viagem à Índia.
Na Universidade Nova de Lisboa ensinou Estética no departamento de Filosofia e, noutros departamentos, deu cursos de Teoria da Literatura e Psicologia da Arte. Os seus romances receberam diversos prémios, estão traduzidos em muitas línguas, são estudados nos mais variados países e sobre eles há livros e teses universitárias.
Fez numerosas conferências em universidades europeias, norte-americanas e brasileiras e tem artigos publicados em português, espanhol, francês, italiano, neerlandês, alemão, dinamarquês e sueco.
Ao conjunto da sua obra foi atribuído o Prémio Vergílio Ferreira da Universidade de Évora e o Prémio Universidade de Coimbra.
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COMENTÁRIOS DOS LEITORES

Genial
N. Almeida | 2015-10-23
Recomendado por Virgílio Ferreira, o primeiro romance de Almeida Faria (fora da Tetralogia Lusitana), é um incêndio, um golpe de génio. Inesquecível e, tal como "A Paixão", um dos romances incontornáveis da Língua Portuguesa.

DETALHES DO PRODUTO

Rumor Branco
de Almeida Faria
ISBN: 978-972-37-1648-1
Edição/reimpressão: 10-2012
Editor: Assírio & Alvim
Código: 79322
Coleção: A Phala
Idioma: Português
Dimensões: 147 x 205 x 13 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 160
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros > Livros em Português > Literatura > Romance

sobre Almeida Faria

Cursou Direito e Letras na Universidade de Lisboa, vindo a licenciar-se em Filosofia. Entre 1968 e 1969, estagiou como bolseiro nos Estados Unidos e na Alemanha Federal. Lecionou Estética e Filosofia da Arte na Universidade Nova de Lisboa.
Traduziu Enzensberger; a sua obra encontra-se traduzida em várias línguas. Foi o primeiro presidente do PEN Clube Português. Com apenas 19 anos, em 1962, publicou o romance Rumor Branco, Prémio Revelação da Sociedade Portuguesa de Escritores, uma obra pioneira face a um movimento de profunda renovação desenvolvido na novelística contemporânea portuguesa entre os anos 60 e 70. Entre 1965 e 1983 redigiu o ciclo "Trilogia Lusitana" (A Paixão, Cortes, Lusitânia), encerrado com Cavaleiro Andante, "um ciclo de reflexão sobre a situação do homem português perante o seu contexto social e a incidência política que o determina (o fascismo, a revolução...) e sobre a sua capacidade (ou, talvez melhor, incapacidade) de se definir na sua totalidade humana (pessoal, familiar, erótica, ambiencial), em registos de comunicação que transcendem o puramente ficcional (lírico e epistolar), assim modulado numa estrutura que coloca em situação de relevo a personagem, agente ou paciente da História que aqui fundamentalmente se encontra em questão" (cf. SEIXO, Maria Alzira - Portugal, A Terra e o Homem, II série, Lisboa, FCG, 1980, 427). Optando por uma estratégia construtiva em que cada capítulo funciona como "uma unidade textual em termos de semântica (um nome próprio inicia cada um deles, subsequentemente desdobrando-se em processos de definição e de referência, assumindo veredas da história e postulando visões ideológicas particularizadas) e de sintaxe (não só pela comunicação de ideoletos diversificados como pelas mutações discursivas [...] que imprimem à sequência narrativa o seu desvio, a sua mutação, a sua quebra)" (cf. SEIXO, Maria Alzira - A Palavra do Romance, Lisboa, Horizonte, p. 193), o ciclo de romances iniciado com A Paixão impõe ao leitor um papel ativo na reconstituição de uma realidade fragmentada e a que só pode aceder pelo confronto dos vários pontos de vista que cada personagem parcialmente constrói. Conseguindo uma fabulosa interseção entre a subjetividade (o onirismo, a visão individualizada do mundo) e a perspetiva socioeconómica em cuja dialética a ação do indivíduo se inscreve, esta sequência apresenta-se como registo íntimo de um período histórico, onde, para além da factualidade (sublevação da massa dos servos alentejanos, eclodir da revolução), avoluma a impressão de um encerramento de cada personagem sobre si mesma, que nem a abertura, em Lusitânia e Cavaleiro Andante, à comunicabilidade pelo registo epistolar conseguiu atenuar: "cada um dos personagens [...] apesar de religado aos outros pelos laços de paixão ou do sangue, destila as suas mensagens de solitude na esperança de que o outro as receba e as traduza na sua própria língua de solitária aflição." (LOURENÇO, Eduardo, "Cavaleiro Andante: Busca de Sinais no Labirinto da Morte", in O Canto do Signo, Lisboa, Presença, 1994, p. 239.) Acresce ainda, na abordagem do estilo de Almeida Faria, a opção lúdica e lírica por uma "sintaxe narrativa de coordenação e quase abolição dos limites frásicos que serve a expressão do fluxo da consciência ao mesmo tempo que, muito principalmente, acentua o valor da palavra como conceito e como significante numa elaboração sintagmática que desnivela as habituais hierarquias da narração" (cf. SEIXO, Maria Alzira - Portugal, A Terra e o Homem, II série, Lisboa, FCG, 1980, 427). Na verdade, se a matéria da ficção releva em grande medida do gozo de "pôr os mitos nacionais de pernas para o ar", desrespeitar os delírios da "Portugalidade" (entrevista, in Letras & Letras, n.º 75, Julho de 1992), a matéria linguística revela o gozo de, parodiando o autor, desrespeitar os delírios da literariedade, submetendo a escrita narrativa a uma proliferação verbal incontida e criativa que, através de processos de polissemia, de desconstrução de aforismos, de sequências aliterantes, de reprodução de ideoletos, entre outros, promove a autonomia da linguagem a força primordial na remodelação da estrutura narrativa.
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