O Sangue Por Um Fio
Poemas
CRÍTICAS DE IMPRENSA
Memória ao abandono
a válvula do sono
aberta.
Desdobra panos
Hélice, ela
a grande borboleta
se é por pousar
já pousou -
despejando o vento
na abertura do vulcão
encarninhando a lava
no sentido giratório
Antes
tive medo de ter sono
agora
é planeta a planeta.
— Não sei como tudo começou, só me lembro dos impulsos, da urgência e do que se concretizou a seguir.
— Foram sempre livres associações de ideias, aferidas por valores, obsessões, escolhas obscuras e a simples observação dos elementos.
— Fala-se dos céus e do centro da terra. Das dúvidas confirmadas e das certezas levantadas.
— Fala-se: fui falando enquanto os fazia, e de facto só os compreendo (eu próprio) quando os ouço em voz alta, mesmo em silêncio.
— Nisso, é outra forma de música.
— Não são canções, pelo menos as que pratico. Aqui, não há métrica mais ou menos regular (são diferentes implosões e diferentes explosões), não há rima (pode até havê-la, aqui e ali, mas apenas como um acaso que emergiu de um outro todo), e não há, com certeza, uma linha narrativa que se queira reconhecível – há aqui vários poemas que, a bem ver, não repousam em nenhum tema particular, antes cruzam referências e sobretudo memórias daquilo que foi crescendo, em cachos díspares, na minha árvore.
— É certo que os dividi, apesar de tudo, em capítulos temáticos, mas que só se desvendaram claramente ao abrir da porta para a casa feita. E alguns deles poderiam pertencer a outro quarto.
— Sempre quis pensar na vida em geral, no que ela tem de particular, e na vida em particular, no que ela tem de geral. O que à partida teria sido tarefa simples.»
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