Manual de Prestidigitação
SINOPSE
Como disse em tempos Fernando J.B. Martinho, «[…] O livro é todo ele, com as suas cenas, os seus exercícios, os seus camarins, uma homenagem ao teatro, e a permanente lembrança de que a poesia é um arte de passes e passos mágicos, uma arte da prestidigitação, não importa se carecida ou não de manual. Só espanta que tenha levado tanto tempo que alguém se lembrasse de fazer a ligação, a correspondência. Outra coisa não pedia uma poesia que, de há muito, se nos oferecia como ritual, como espectáculo, como convite à iniciação na ars magna. Então não foi Cesariny que, um dia, celebrou Artaud e que, por via dele, nos prometeu o «acordar» para uma outra realidade, para lá do real que temos, susceptível ou não de reabilitação? E não ele também que saiu a dar-nos e aos actores as boas-vindas no castelo brumoso de um outro príncipe, expondo-nos, sem piedade, ao "metal fundente" que corre "entre nós e as palavras"?»
CRÍTICAS DE IMPRENSA
o prestidigitador vai a roma implorar a bênção papal
Em cima do barco
que esperta a corrente
é hoje que parto
para sempre
Todos os teus rostos
me verão chegar
ver-me-ás saciar
todos os teus gostos
alvuras e mostos
da lira solar
Hoje a noite é una
em luz e razão
Dois olhos — e espuma
Enfuna-te, escuna
Aproa ao vulcão
(p. 152)
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