Luz antiga

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SINOPSE

Existe alguma diferença entre a memória e a invenção? É essa a pergunta que alimenta Luz Antiga, um romance fascinante, escrito com a profundidade, o lirismo e o humor que caracterizam a obra de John Banville.
É também a pergunta que persegue Alexander Cleave, um ator no crepúsculo da vida e da carreira, que recorda com pesar o seu primeiro - e talvez único - amor, assim como a morte da filha às mãos de uma depressão amorosa que Cleave não consegue aceitar ou entender.

Billy Gray era o meu melhor amigo e eu apaixonei-me pela mãe dele. «Apaixonei-me» é capaz de ser uma palavra demasiado forte, mas não conheço nenhuma mais fraca que sirva. Tudo isto aconteceu há meio século. Eu tinha quinze anos e Mrs. Gray trinta e cinco.

Luz Antiga é uma meditação sobre o amor e a perda, sobre o imediatismo inescrutável do passado nas nossas vidas presentes, sobre a forma como a imaginação inventa memórias e as memórias inventam o homem.
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CRÍTICAS DE IMPRENSA

«[…] a linguagem, neste romance, volta a ser de uma exuberância, plasticidade e requinte nabokovianos. Numa das muitas e pormenorizadas descrições de Mrs. Gray, diz o narrador: «Parece que estou a vê-la à mesa da cozinha, depois de ter arrumado a chávena, mas com a mão ainda levemente pousada nela, como que para reter a exata sensação, a sua exata textura, enquanto, com os dedos da outra mão, fazia girar o rebelde cacho de cabelo atrás da orelha.» A prosa de Banville funciona da mesma maneira: toca nas coisas ao de leve, retém sensações e texturas, capta atmosferas que já se desfizeram, ou que talvez nunca tenham existido, mas que depois de as lermos adquirem uma aura que não somos capazes de esquecer.»
José Mário Silva, Expresso

COMENTÁRIOS DOS LEITORES

Sobre o Amor
Armando Sousa | 2022-05-14
John Banville é um consagrado escritor irlandês. Sobre ele, raros são os comentários negativos ao seu trajeto literário. Tem obra feita e bem feita. Luz Antiga é uma delas, uma narrativa longa e bem delineada que retrata a ´´paixão´´ de um jovem de quinze anos, Cleave, pela mãe do seu melhor amigo, mulher de trinta e muitos anos. De permeio - e não sei qual mais valorizar -, Banville endereça-nos ao crepúsculo da vida de Cleave e da sua carreira de ator, à recordação da morte da filha e ao seu primeiro e talvez único amor. Um livro profundo, com alguns salpicos de humor, mas profundamente lírico, sendo esta a marca deste escritor.
O que não cabe numa vida
https://nointeriordoslivros.blogspot.com | 2019-12-12
A vida é feita de pequenas e grandes contradições, incoerências várias, discrepâncias incontornáveis (entre o que pensamos e o que fazemos, entre o desejo e a acção). É disto, todas estas pequenas fagulhas, que é feita a massa humana, e são estes elementos, muito em particular, que a literatura consegue captar, como nenhuma outra forma de arte alguma vez conseguirá. Em Luz Antiga, um homem recorda o romance tórrido que manteve com a mãe de um amigo de liceu, uma ligação ao mesmo tempo superficial e intensa (porventura o seu único amor, mas ainda assim difícil de classificar como tal) movida por emoções levianas e pueris, mas simultaneamente violentas na sua expressão. Paralelamente, traz-nos rasgos da sua existência presente, em tudo tão diferente da juventude e impetuosidade feroz do início da adolescência. Neste interstício, percebemos que há um universo de distância entre o que recordamos e o que aconteceu.

DETALHES DO PRODUTO

Luz antiga
de John Banville
ISBN: 978-972-0-04593-5
Edição/reimpressão: 05-2013
Editor: Porto Editora
Código: 04593
Idioma: Português
Dimensões: 151 x 234 x 22 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 264
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros > Livros em Português > Literatura > Romance

sobre John Banville

John Banville nasceu em Wexford, na Irlanda, em 1945. Na sua já vasta e premiada obra destacam-se Doutor Copérnico (James Tait Black Memorial Prize 1976), Kepler (The Guardian Fiction Prize 1981), Fantasmas, O Intocável, O Livro da Confissão (finalista do Booker Prize 1989) e O Mar (vencedor do Man Booker Prize). Em 2014, foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras.
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