Homens imprudentemente poéticos
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SINOPSE
Num Japão antigo, o artesão Itaro e o oleiro Saburo vivem uma vizinhança inimiga que, em avanços e recuos, lhes muda as prioridades e, sobretudo, a capacidade de se manterem boa gente.
A inimizade, contudo, é coisa pequena diante da miséria comum e do destino.
Conscientes da exuberância da natureza e da falha da sorte, o homem que faz leques e o homem que faz taças medem a sensatez e, sobretudo, os modos incondicionais de amarem suas distintas mulheres.
Valter Hugo Mãe prossegue a sua poética ímpar. Uma humaníssima visão do mundo.
A inimizade, contudo, é coisa pequena diante da miséria comum e do destino.
Conscientes da exuberância da natureza e da falha da sorte, o homem que faz leques e o homem que faz taças medem a sensatez e, sobretudo, os modos incondicionais de amarem suas distintas mulheres.
Valter Hugo Mãe prossegue a sua poética ímpar. Uma humaníssima visão do mundo.
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CRÍTICAS DE IMPRENSA
Viajei há pouco para o Japão antigo que o Valter Hugo Mãe inventou para o romance Homens Imprudentemente Poéticos e entusiasmei-me deveras. É o mais delicado dos livros do Valter, entretecido com o gesto preciso e paciente de um artesão - aquele que, na definição que está no próprio livro, devolve os materiais à vocação que eles detêm por natureza. Nele o Valter parece um menino a inventar jogos com palavras: uma criança a inventar um Japão falso pelo qual se pode passear e sentir-lhe os cheiros.
Ao sétimo romance, Valter Hugo Mãe parte de um lugar de morte no Japão para construir uma parábola intemporal sobre a solidão. Homens Imprudentemente Poéticos é um livro trágico onde o escritor apresenta um apurado trabalho de linguagem que o aproxima do seu lugar de origem: a poesia.
Surpreendente na reinvenção da língua portuguesa, no tema e cenário (…) este novo romance do autor é - mais uma vez - tão diferente que o torna uma das mais importantes vozes da literatura nacional (…). Aliás, se já o tinha conseguido com a máquina de fazer espanhóis, por exemplo; se subira um grande degrau na busca e execução do romance que tem como cenário a Islândia, A Desumanização, volta a realizar uma escrita inesperada nesta narrativa japonesa, onde transporta o leitor de uma forma elegante e íntima para aquela parte do mundo sem o fazer passar por um voyeur de costumes.
Um dos aspetos em que VHM se distingue, para lá do multiforme talento constituindo uma das razões da diferença e do impacto de muitos textos seus, é na capacidade de compreensão da diversidade, mais, de admiração pelos outros e pelo que fazem. E, mais ainda, o seu gosto de a mar, proclamar, abertamente, sem submissão a quaisquer cálculos ou conveniências. O que, ao contrário do que muitos poderão pensar, não é tão frequente como isso...
“Este é um livro de uma beleza radiosa. Como arte de descrever sentimentos que, escondidos na sombra, precisam de ser iluminados.”
A explosão de lirismo patente em A Desumanização se prolonga com inexcedível brilho em Homens imprudentemente poéticos, envolvendo, inclusivamente, o próprio título. (…) Assim designaríamos o estilo de Homens imprudentemente poéticos – poético, suave, encantatório, ou, numa palavra, lírico. (…) Homens imprudentemente poéticos comprova que ler hoje Valter Hugo Mãe é um raro exercício da prática de beleza e que a sua destreza psicológica em descrever estados de consciência (tristeza, riso, medo, assombro e mistério, doçura e crueldade, paixão e amor, dor psíquica e sofrimento físico...) é tão sólida quanto a da metamorfose do português comum em português estético. Impossível escrever melhor (…).
De ilha em ilha, de cultura em cultura, de descoberta em descoberta. Assim tem crescido a sua ficção mais recente, que de uma portugalidade inicial procura agora novas (e opostas) formas de encarar o mundo, a vida e a arte.
Homens imprudentemente poéticos, retrato de um Japão antigo, temeroso de forças sobrenaturais e obediente às lendas, é, de alguma forma, atravessado por referências místicas: fala-se em luz, revelações, penitências, epifanias (sobretudo num memorável capítulo passado dentro de um poço fundo, Itaro com um animal desconhecido a ofegar-lhe ao pescoço...).
Uma luminosa parábola que fica a reverberar muito tempo depois.
As fascinantes personagens deste romance vivem num Japão que é ao mesmo tempo mitológico e íntimo, criado pela imaginação prodigiosa e profundamente poética do autor.
Pasmo com a facilidade com que Valter Hugo Mãe transmuta a língua portuguesa (e não me refiro apenas a o remorso de baltazar serapião), como lhe imprime uma elasticidade de que a julgávamos desprovida, encontrando-lhe novos ritmos, inventando-lhe novas imagens, produzindo-lhe toda uma outra semântica.
DETALHES DO PRODUTO
Homens imprudentemente poéticos
ISBN:
978-972-0-04886-8
Edição/reimpressão:
12-2019
Editor:
Porto Editora
Código:
04886
Idioma:
Português
Dimensões:
152 x 235 x 17 mm
Encadernação:
Capa mole
Páginas:
216
Tipo de Produto:
Livro
Classificação Temática:
Livros > Livros em Português > Literatura > Romance
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