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CRÍTICAS DE IMPRENSA
Esta exposição, centrando-se em três artistas portugueses — Carla Filipe (Aveiro, 1973), João Tengarrinha (Lisboa, 1970) e Paulo Brighenti (Lisboa, 1968)—quer explorar uma metodologia particular do acto de desenhar. Um processo que se centra numa luta entre o artista e a folha de papel, e o resultado desse combate (onde a fisicallidade está intensamente presente) descobre-se nas marcas deixadas na folha.Umprocesso no qual o corpo do artista dança (no sentidomais amplo o termo ‘dança’ pode significar) em frente a (e com) o papel.
Um desenho de performance ou uma performance do desenho. Não nas linhas da prática de artistas como Yves Klein e as suas antropometrias,mas antesmais perto da atitude dos expressionistas abstractos, umdesenho-acção. A folha de papel é uma arena de experimentação. Sofre nasmãos do criador. É esticada, molhada, varrida, rasgada. Explorada até ao limite. Contudo, nem sempre o que se vê na obra finalizada revela o processo de feitura.Muitas destas performances acontecem na solidão do estúdio, em privado, invisíveis ao olhar estranho. O papel do estúdio é assim central no pensamento da exposição, pois este espaço é também uma arena onde decorre o confronto (físico e mental), onde a obra acontece. De certa forma, esta exposição quer reflectir a própria missão da Fundação Carmona e Costa enquanto espaço para o Desenho. Uma casa com vários quartos e aberta a várias perspectivas e formas de pensamento sobre esta disciplina. Esta é apenas mais uma.»
Filipa Oliveira
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