1922
Nasce a 16 de novembro na Rua da Alagoa de Azinhaga (Ribatejo, Golegã, Portugal) no seio de uma família de camponeses. Os seus pais são José de Sousa, jornaleiro, e Maria de Jesus, doméstica.
1924
Muda-se para Lisboa com a família, onde o pai irá trabalhar na Polícia de Segurança Pública.
1924
Em dezembro morre o seu irmão Francisco, com quatro anos de idade.
1929
Aquando da sua inscrição na
escola primária descobre-se
que um funcionário do Registo
Civil da Golegã incluiu como
apelido na sua certidão de
nascimento a alcunha familiar,
Saramago. Desta forma,
torna-se no primeiro
Saramago da família Sousa.
Se assim não tivesse
acontecido, o seu nome
seria José de Sousa.
1930
Durante estes anos e os seguintes a família Sousa tem uma vida difícil, morando em quartos alugados e em várias ruas de Lisboa: Quinta do Perna-de-Pau, Rua E (hoje Rua Luís Monteiro), Rua Carrilho Videira, Rua dos Cavaleiros, Rua Padre Sena Freitas.
1932
Matricula-se no Liceu Gil Vicente, onde inicia estudos secundários, frequentando dois cursos (liceal e técnico).
1935
A falta de recursos económicos da família obriga-o a transferir-se para a Escola Industrial de Afonso Domingues, onde estudará até 1940.
1935
Durante toda a infância e adolescência passa longos períodos na Azinhaga com os avós maternos.
1936
O primeiro livro que possui é-lhe oferecido pela mãe: A Toutinegra do Moinho, de Émile de Richebourg.
1938
A família Sousa passa a viver num andar só para ela na Rua Carlos Ribeiro, n.º 15, no Bairro da Penha de França.
1940
Conclui os estudos de Serralharia Mecânica na Escola Industrial de Afonso Domingues. Consegue o seu primeiro emprego como serralheiro mecânico nas oficinas dos Hospitais Civis de Lisboa.
1940
À noite frequenta a biblioteca municipal do Palácio das Galveias, «lendo ao acaso de encontros e de catálogos, sem orientação, sem ninguém que me aconselhasse, com o mesmo assombro criador do navegante que vai inventando cada lugar que descobre», nas palavras do próprio Saramago.
1942
Passa a ocupar um lugar nos serviços administrativos dos Hospitais Civis de Lisboa.
1943
Trabalha na Caixa de Abono de Família do Pessoal da Indústria de Cerâmica, de onde foi afastado em 1949 em consequência do seu apoio à campanha eleitoral de Norton de Matos, o candidato da oposição à Presidência da República.
1944
Casa-se com a pintora Ilda Reis.
1947
Publica Terra do Pecado, o seu primeiro romance, intitulado inicialmente A Viúva.
1947
Nasce a sua filha, Violante.
1947
Até 1953 e durante a segunda metade dos anos cinquenta escreve numerosos poemas, contos – alguns dos quais são publicados em revistas e jornais – e esboça a redação de pelo menos quatro romances, dos quais apenas conclui um.
1948
Morre o seu avô, Jerónimo Melrinho.
1950
Começa a trabalhar na Caixa de Previdência do Pessoal da Companhia Previdente, fazendo cálculos de subsídios e de pensões, graças à mediação do seu antigo professor Jorge O´Neil.
1953
Termina Clarabóia, romance inédito, com que encerra uma série de infrutíferas tentativas narrativas que aborda sob títulos como O Mel e o Fel, Os Emparedados e Rua.
1955
A convite de Nataniel Costa enceta colaboração com a editora Estúdios Cor, no setor de produção. O seu nome começa a ser conhecido no campo da literatura e da cultura. Inicia a sua atividade como tradutor, cifrada em mais de sessenta títulos, até meados da década de oitenta. Na segunda metade da década de cinquenta traduz cerca de dezasseis livros, entre eles de autores como Colette e Tolstoi.
1959
Abandona a Companhia Previdente para trabalhar exclusivamente na editora Estúdios Cor.
1964
Em 13 de maio morre o seu pai, no Hospital dos Capuchos, aos sessenta e oito anos de idade.
1966
É editado o seu primeiro livro de poesia, Os Poemas Possíveis.
1966
Ao longo desta década continua a sua atividade de tradutor, se bem que com mais moderação. Traduz, entre outros, Colette, Cassou, Audisio, Maupassant e Bonnard.
1967-1968
Colabora como crítico literário na revista Seara Nova. Nesta condição, escreve sobre vinte e três livros de ficção, entre eles títulos de Jorge de Sena, Agustina Bessa-Luís, Júlio Moreira, Alice Sampaio, Augusto Abelaira, Urbano Tavares Rodrigues, José Cardoso Pires, Rentes Carvalho, Nelson de Matos, Manuel Campos Pereira…
1967-1968
Publica crónicas no jornal A Capital, nas secções «Rua Acima, Rua Abaixo» e «Deste Mundo e do Outro».
1969
Filia-se no Partido Comunista Português.
1969
Faz a sua primeira viagem ao estrangeiro (Paris).
1969
Continua a publicar crónicas jornalísticas n’A Capital, na secção «Deste Mundo e do Outro».
1970
Divorcia-se de Ilda Reis.
1970
Muda-se para Lisboa, depois de viver doze anos na Parede.
1970
Inicia uma relação com a escritora Isabel da Nóbrega, que durará até 1986.
1970
Publica o livro de poemas Provavelmente Alegria.
1971
Deixa a editora Estúdios Cor.
1971
Sob o título Deste Mundo e do Outro, reúne as crónicas publicadas no jornal A Capital (1968-1969), cujo suplemento «A Semana» coordenou.
1972
Publica numerosas crónicas no Jornal do Fundão.
1972
Trabalha como editorialista no Diário de Lisboa.
1972
Nasce a sua primeira neta, Ana.
1973
Publica O Embargo.
1973
Dá à estampa A Bagagem do Viajante, segundo volume das crónicas jornalísticas publicadas nos jornais diários A Capital e Jornal do Fundão (1971-1972).
1973
Dirige o suplemento literário do Diário de Lisboa.
1974
Após a Revolução do 25 de Abril coordena uma equipa do Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis (FAOJ), sob dependência do Ministério da Educação.
1974
Colabora como assessor do Ministério da Comunicação Social.
1974
Edita o seu primeiro volume de crónicas políticas, As Opiniões Que o DL Teve, onde colige os editoriais que publicou anonimamente no Diário de Lisboa em 1972 e 1973.
1975
É nomeado diretor-adjunto do Diário de Notícias. Acusado de radicalismo marxista, vive um tumultuoso momento de crise, paralelo à evolução política moderada da Revolução, que o afasta do jornal, sem sequer receber apoio do seu partido.
1975
Ao ficar desempregado no 25 de novembro, decide não procurar outro trabalho e dedicar-se exclusivamente à escrita e à tradução. Os seus únicos rendimentos provêm das traduções, e intensifica esta atividade, a partir deste ano, vertendo para português, entre 1976 e 1979, cerca de vinte e sete obras, muitas delas de carácter político: Frémontier, Jivkov, Moskovichov, Pramov, Grisnoni, Poulantzas, Bayer, Hegel, Romain…
1975
Faz parte do Movimento Unitário de Trabalhadores Intelectuais para a Defesa da Revolução (MUTI).
1975
Publica o livro de poemas O Ano de 1993.
1976
Faz uma recompilação das crónicas escritas no Diário de Notícias, que publica com o título Apontamentos.
1976
Em dezembro publica o romance Manual de Pintura e Caligrafia.
1977
No início do ano transfere-se durante uns meses para Lavre, Montemor-o-Novo, onde convive com trabalhadores da Unidade Coletiva de Produção Boa Esperança, com o objetivo de preparar o seu romance Levantado do Chão, que será publicado no ano de 1980.
1978
Publica o livro de contos Objecto Quase.
1979
Publica a peça de teatro A Noite, que recebe o Prémio da Associação Portuguesa de Críticos.
1979
Publica-se Poética dos Cinco Sentidos, livro de contos em que vários autores escrevem sobre os sentidos. A colaboração de José Saramago intitula-se O Ouvido.
1979
O Círculo de Leitores encarrega-o de escrever um livro de viagens sobre Portugal.
1980
Surge Levantado do Chão, que marca o início do estilo saramaguiano. É-lhe atribuído o Prémio Cidade de Lisboa.
1980
Publica a peça de teatro Que Farei com Este Livro?, representada nesse ano no Teatro de Almada. Entre esta data e 1985 traduz cerca de dez títulos de vários autores: Bautista, Honoré, Jivkov, Duby, Hikmet…
1981
É publicada Viagem a Portugal.
1982
Em agosto morre a sua mãe, Maria da Piedade, aos 81 anos.
1982
Publica Memorial do Convento, que o consagra internacionalmente.
1982
Dá à estampa a segunda edição, revista e corrigida, de Provavelmente Alegria.
1983
Atribuição a Memorial do Convento do Prémio Pen Club 1983 e do Prémio Literário Município de Lisboa.
1984
Publica O Ano da Morte de Ricardo Reis.
1984
Preside à Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores.
1984
Nasce o seu neto, Tiago.
1985
É nomeado Comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada pelo Presidente da República, Mário Soares.
1985
Prémio Pen Club 1985 pelo título O Ano da Morte de Ricardo Reis.
1985
Prémio da Crítica 1985, pela Associação Portuguesa de Críticos.
1985
Sob o título Baltasar and Blimunda o romance Memorial do Convento é publicado nos Estados Unidos.
1986
Termina a relação com Isabel da Nóbrega.
1986
Publica A Jangada de Pedra.
1986
Prémio Dom Dinis (Fundação Casa de Mateus) 1986, pela obra O Ano da Morte de Ricardo Reis.
1986
Começa a escrever as crónicas «A Letra da Tabuleta» no JL (Jornal de Letras, Artes e Ideias).
1986
Conhece Pilar del Río.
1987
Publica peça de teatro A Segunda Vida de Francisco de Assis, levada à cena posteriormente no Teatro Aberto.
1987
Recebe o Prémio Grinzane-Cavour (Alba, Itália) 1987 atribuído a O Ano da Morte de Ricardo Reis.
1988
Casa-se com a jornalista Pilar del Río.
1989
Publica História do Cerco de Lisboa.
1990
Estreia no Teatro Alla Scalla de Milão a ópera Blimunda, com libreto do músico italiano Azio Corghi baseado no romance Memorial do Convento.
1990
História do Cerco de Lisboa é publicado em italiano.
1991
Publica O Evangelho Segundo Jesus Cristo, obra galardoada com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores e com o Prémio Brancatti (Zafferana, Itália).
1991
É nomeado Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Turim e Sevilha.
1991
O governo francês concede-lhe o título de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras.
1991
A Lello Editores publica a sua obra completa em três tomos.
1992
O governo português veta a candidatura de O Evangelho Segundo Jesus Cristo ao Prémio Literário Europeu.
1992
Em Itália, recebe o Prémio Internacional Ennio Flaiano (Pescara, Itália) atribuído ao romance Levantado do Chão.
1992
É-lhe concedido o Prémio Literário Internacional Mondello (Palermo, Itália).
1993
Transfere a sua residência para Lanzarote.
1993
Publica a sua quarta peça de teatro, In Nomine Dei, que é distinguida com o Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores.
1993
Torna-se membro do Parlamento Internacional de Escritores, com sede em Estrasburgo.
1993
Atribuição do The Independent Foreign Fiction Award (Inglaterra) a O Ano da Morte de Ricardo Reis (tradução inglesa).
1993
Recebe o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores.
1993
Estreia no teatro de Münster (Alemanha) da ópera Divara, com música de Azio Corghi e libreto baseado na peça In Nomine Dei.
1994
Publica-se o primeiro volume de Cadernos de Lanzarote.
1994
Ingressa na Academia Universal das Culturas (Paris).
1994
Ingressa na Academia Argentina de Letras.
1994
Ingressa no Patronato de Honra da Fundação César Manrique (Lanzarote).
1994
É nomeado Presidente Honorário da Sociedade Portuguesa de Autores.
1995
Publica Ensaio sobre a Cegueira.
1995
Publica o segundo volume de Cadernos de Lanzarote.
1995
É-lhe atribuído o Prémio Camões.
1995
É nomeado Doutor Honoris Causa pela Universidade de Manchester (Inglaterra).
1995
Estreia de A Morte de Lázaro, com música de Azio Corghi e libreto baseado nas obras In Nomine Dei, O Evangelho Segundo Jesus Cristo e Memorial do Convento.
1995
Recebe o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.
1996
Viaja para o Brasil a fim de receber o Prémio Camões.
1996
Publica o terceiro volume de Cadernos de Lanzarote.
1997
Sai o quarto volume de Cadernos de Lanzarote.
1997
Publica o romance Todos os Nomes.
1997
É nomeado Filho Adotivo de Lanzarote.
1997
Publica o Conto da Ilha Desconhecida.
1997
Doutor Honoris Causa, Universidade de Castilha-la-Mancha (Espanha).
1998
Recebe o Prémio Nobel da Literatura «… pela sua capacidade de tornar compreensível uma realidade fugidia, com parábolas sustentadas pela imaginação, pela compaixão e pela ironia», segundo a Academia Sueca.
1998
Sai o quinto volume de Cadernos de Lanzarote.
1998
É-lhe atribuído o Prémio Scanno/Universidade G. D’Annunzi pelo livro Objecto Quase.
1999
Publica Folhas Políticas.
1999
É nomeado Filho Adotivo de Tías (Lanzarote).
1999
Visita e permanece durante alguns dias no México, com os Zapatistas.
1999
Doutor Honoris Causa: Universidade de Évora (Portugal), Universidade de Nottingham (Inglaterra), Universidade de Porto Alegre, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Fluminense (Brasil), Universidade de Massachusetts (EUA), Universidade de Las Palmas de Gran Canaria e Pontifícia de Valência (Espanha) e Universidade de Michel de Montaigne (França).
2000
Publica A Caverna.
2000
Recebe a Medalha de Ouro que lhe é outorgada pelo Governo de Canárias.
2000
Doutor Honoris Causa: Universidade de Salamanca (Espanha), Universidade de Santiago do Chile (Chile) e Universidade do Uruguai (Uruguai).
2001
Publica A Maior Flor do Mundo.
2001
Recebe o Prémio Canárias Internacional concedido pelo Governo de Canárias.
2001
Doutor Honoris Causa: Universidade de Granada e Carlos III (Espanha) e Universidade de Roma (Itália).
2001
O Conto da Ilha Desconhecida é traduzido para o japonês.
2002
Publica O Homem Duplicado.
2002
Doutor Honoris Causa: Universidade de Stranieri de Siena (Itália).
2003
Doutor Honoris Causa: Universidade Autónoma do México e de Tabasco (México), Universidade de Buenos Aires (Argentina).
2004
Publica Ensaio sobre a Lucidez.
2004
Doutor Honoris Causa: Universidade Charles de Gaulle (França), Universidade de Alicante (Espanha), Universidade de Coimbra (Portugal) e Universidade de Brasília (Brasil).
2005
Publica Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido.
2005
Doutor Honoris Causa: Universidade de Edmonton (Canadá), Universidade Nacional de El Salvador (El Salvador), Universidade Nacional de São José da Costa Rica (Costa Rica), Universidade de Estocolmo (Suécia).
2005
Em fins de julho a Companhia de Teatro O Bando estreia uma adaptação teatral de Ensaio sobre a Cegueira no Teatro da Trindade. A dramaturgia e a encenação são de João Brites.
2005
Compra uma casa em Lisboa, no Bairro do Arco do Cego, que a partir de finais de outubro lhe servirá de residência durante as suas permanências na capital.
2005
Publica As Intermitências da Morte. No Teatro Nacional de São Carlos tem lugar uma iniciativa inédita: a apresentação conjunta das edições portuguesa, brasileira, catalã, italiana e espanhola (De Espanha e da América falante do castelhano), com leituras de excertos da obra em todas estas línguas, num ato de homenagem à diversidade cultural. A edição foi impressa em papel «amigo das florestas», por acordo entre José Saramago, editores e a Greenpeace. A música de Bach foi o fundo musical do evento.
2006
É nomeado Filho Predileto da Província de Granada.
2006
Em fevereiro começa a escrever As Pequenas Memórias, concluindo o livro em agosto. Trata-se de um projeto concebido e amadurecido durante mais de vinte anos.
2006
No verão inaugura-se a biblioteca de sua casa em Tías, Lanzarote, numa festa cultural com a bailarina María Pagés e os cantores Luis Pastor e Pasión Vega, e à qual assistem numerosos amigos de Espanha e de Portugal.
2006
É-lhe atribuído o Prémio Dolores Ibarruri.
2006
Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Dublin no Bloomsday (Irlanda).
2006
Ensaio sobre a Lucidez é publicado no Reino Unido.
2006
Em Guadalajara, México, procede-se à leitura teatral de As Intermitências da Morte com Gael Diaz Bernal.
2007
Em fevereiro começa a escrever A Viagem do Elefante. Até maio escreve cerca de quarenta páginas, mas depressa o interrompe por problemas de saúde. Só voltará a pegar-lhe em fevereiro de 2008.
2007
A 28 de fevereiro é nomeado Filho Predileto da Andaluzia.
2007
A 7 de março é levado à cena, em Nova Iorque, o seu romance Ensaio sobre a Cegueira, pela mão do diretor artístico da Godlight Theater Company.
2007
A 15 de março é nomeado Doutor Honoris Causa pela Universidade Autónoma de Madrid.
2007
Em junho cria a Fundação José Saramago.
2007
A 23 de novembro a Fundação César Manrique (Lanzarote) inaugura uma grande exposição, comissariada por Fernando Gómez Aguilera, dedicada à sua vida e à sua obra literária, intitulada José Saramago. A Consistência dos Sonhos.
2007
A 18 de dezembro dá entrada num hospital de Lanzarote, acometido por uma pneumonia que evoluirá, com complicações, ao ponto de por a sua vida em risco. Estará hospitalizado um mês e três dias.
2008
A 22 de janeiro tem alta hospitalar e regressa a casa.
2008
No dia seguinte a abandonar o hospital, retoma a escrita de A Viagem do Elefante, interrompida pela doença.
2008
A 28 de fevereiro a Fundação José Saramago é reconhecida oficialmente pelo governo português, com publicação no Diário da República desse dia.
2008
A 1 de março inauguram-se as atividades da Fundação José Saramago em Lanzarote com um encontro na biblioteca entre Saramago e María Kodama para falar de Borges. A mesma atividade será organizada em Lisboa pela sua Fundação a 20 de junho, subordinada ao título «E se falássemos de Borges?».
2008
Em abril viaja até Lisboa, onde no dia 23 se inaugura a Exposição José Saramago. A Consistência dos Sonhos no Palácio Nacional da Ajuda.
2008
A 14 de maio, o Festival de Cinema de Cannes abre com o filme Blindness, uma adaptação do romance Ensaio sobre a Cegueira transposta para os ecrãs pelo realizador brasileiro Fernando Meirelles.
2008
A 31 de maio inaugura-se uma extensão local da Fundação José Saramago em Azinhaga.
2008
A 22 de agosto acaba na sua casa em Lanzarote A Viagem do Elefante.
2008
A 15 de setembro inicia «O Caderno de Saramago» no blog da Fundação José Saramago, onde publicará regularmente os seus textos, por norma cinco artigos por semana.
2008
A 22 de novembro viaja de Lisboa para o Brasil. A 26 de novembro A Viagem do Elefante será apresentado, pela primeira vez, na Academia Brasileira das Letras, no Rio de Janeiro, e no dia seguinte, na Sesc Pinheiros, em São Paulo. A 3 de dezembro o mesmo sucederá no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. As edições portuguesa, brasileira, espanhola e catalã saem em simultâneo.
2008
A 29 de novembro é inaugurada a Exposição José Saramago. A Consistência dos Sonhos no Instituto Tomie Ohtake de São Paulo.
2008
A 5 de dezembro escreve, na sua casa de Lisboa, a primeira página do seu novo livro, obra que conclui no dia 16 de março em Lanzarote. Cinco dias antes anunciara no Brasil que começaria um novo livro.
2009
A 5 de fevereiro visita as obras de remodelação da Casa dos Bicos, futura sede da fundação que leva o seu nome.
2009
A 16 de março, em Lanzarote, conclui o seu novo livro. A sua publicação só acontecerá no mês de outubro.
2009
A 5 de abril, dá entrada numa clínica de Lanzarote afetado por problemas de saúde. Permanece hospitalizado quinze dias.
2009
A 23 de abril, coincidindo com o Dia Mundial do Livro, a Fundação José Saramago e a Editorial Caminho publicam conjuntamente O Caderno, uma compilação dos textos diários que Saramago, desde setembro de 2008 até meados de março de 2009, foi publicando no seu blog O Caderno de Saramago, incorporado na página web da sua Fundação e difundido por internet.
2009
A 18 e 19 de junho realiza a rota portuguesa percorrida por Salomão em A Viagem do Elefante. Acompanhado pelos colaboradores da Fundação José Saramago e por alguns jornalistas, vai em autocarro desde Belém (Lisboa) até à fronteira em Figueira de Castelo Rodrigo, seguindo um itinerário cujos objetivos fundamentais são: Constância, Castelo Novo, Belmonte, Sortelha, Cidadelhe e Castelo Rodrigo.
2009
A 25 de junho é apresentado em Lisboa O Caderno.
2009
A 9 de julho, é nomeado Sócio Correspondente da Academia Brasileira de Letras.
2009
No dia 30, lançamento de Caim na Fundação Caixa Geral de Depósitos – Culturgest, em Lisboa, com a presença do autor.
2010
No dia 17, lançamento de O Caderno 2 com prefácio de Umberto Eco, uma compilação dos textos diários que José Saramago publicou no seu blog O Caderno de Saramago, desde setembro de 2008 até novembro de 2009.
2010
A 3 de março, exibição do filme Embargo, de António Ferreira, adaptado do conto homónimo de José Saramago, incluído na obra Objeto Quase.
2010
No dia 18 de junho, às 12h30m, José Saramago faleceu na sua casa em Lanzarote, acompanhado por sua família e amigos mais próximos.
2010
No dia 19 de junho, pelas 13h30m, o seu corpo regressou a Lisboa num avião do Estado Português.
2010
No dia 20 de junho, às 12h30m o seu corpo foi cremado no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa, onde foi recebido por uma imensa multidão que se despediu de José Saramago levantando livros.
2010
Em novembro estreia o documentário “José e Pilar”, do realizador Miguel Gonçalves Mende.
2011
Publica-se o romance Claraboia, escrito em 1953, mas nunca editado.
2011
É editado o livro O Silêncio da Água, a partir de um excerto de autobiografia As Pequenas Memórias.
2012
O romance Levantado do Chão é publicado no Reino Unido.
2013
O ensaio Da Estátua à Pedra, consequência de uma conferência pronunciada em Turim por José Saramago em 1997, é publicado pela Fundação José Saramago.
2013
Em junho a companhia de teatro ACERT Tondela inicia a digressão do espetáculo de rua A Viagem do Elefante.
2013
Estreia em outubro o filme Enemy, do realizador Denis Villeneuve, a partir do romance O Homem Duplicado.
2013
O romance Claraboia é publicado em holandês.
2014
O romance Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas, livro em que trabalhava até dias antes de morrer, é publicado acompanhado de Fernando Gómez Aguilera e Roberto Saviano e ilustrações de Günter Grass.
2016
O texto O Lagarto, que faz parte do livro A Bagagem do Viajante, é publicado com obra autónoma acompanhado de ilustrações de J. Borges.
2016
Na Alemanha publica-se As Pequenas Memórias.
2018
Em março, em São Paulo, é inaugurada a exposição José Saramago – os pontos e a vista, de curadoria de Marcello Dantas.
2018
Em outubro, publica-se Último Caderno de Lanzarote, livro que reúne os diários do escritor do ano de 1998.
2019
O Ano da Morte de Ricardo Reis é publicado em esloveno.
2020
O Ano da Morte de Ricardo Reis é adaptado para o cinema pelo realizador João Botelho.
2021
No dia 16 de novembro, quando
se celebra o 99.º aniversário do autor,
terá início as comemorações
do seu primeiro centenário.
Assinala-se a 16 de novembro de 2022 o centenário de José Saramago. Tal como em circunstâncias semelhantes acontece com outros grandes vultos, a efeméride constituirá uma oportunidade privilegiada para a consolidação da presença do escritor na história cultural e literária, em Portugal e no estrangeiro. E também para se prestar homenagem à sua figura como cidadão.
Aquela consolidação envolve a revisitação de uma atividade literária e cívica que marcou a cena portuguesa e internacional durante décadas, mas que vai além disso; inclui-se nela a afirmação de uma obra com uma vitalidade inquestionável, bem como a acentuação do pensamento social, político e ético de José Saramago. E também o que desse pensamento ressoa no nosso presente. A Carta dos Deveres e das Obrigações dos Seres Humanos sintetiza, pelo seu espírito e pelos seus efeitos, muito do legado saramaguiano.
A atribuição do Prémio Nobel da Literatura confirmou uma consagração internacional que fez de José Saramago uma personalidade com grande significado, para além das fronteiras de Portugal. Assim, Saramago define-se hoje como um “escritor do mundo”, com presença expressiva em manifestações artísticas, educativas, políticas e sociais com vasta disseminação e efeitos variados. Incluem-se nesses efeitos os que decorrem da presença da obra saramaguiana no nosso sistema de ensino e na difusão da língua e da cultura portuguesas no mundo.
Em articulação com outras entidades, a Fundação José Saramago está a preparar um amplo programa de evocação do centenário, distribuído por quatro eixos: o eixo da biografia, dando atenção ao trajeto biográfico, formativo e cívico do escritor, em relação com a sua produção literária; o eixo da leitura, entendendo-se o centenário do escritor como momento adequado para se revigorar a leitura da sua obra e também para conquistar novos leitores, desejavelmente jovens; terceiro, o eixo das publicações, tanto no plano das obras evocativas, de divulgação ou de extensão transliterária, como no das edições ilustradas, com iconografia do escritor e da sua obra; o eixo das reuniões académicas, uma vez que José Saramago é um escritor com forte presença na academia, em Portugal e no estrangeiro, motivando reuniões científicas em diferentes locais.
Pode antecipar-se desde já que o centenário de José Saramago desencadeará iniciativas de entidades muito diversas, em Portugal e noutras partes do mundo. Nesse contexto, a Fundação José Saramago (FJS) assumirá o papel central que lhe cabe, respeitando, evidentemente, a autonomia dos atores e das instituições que venham a dar contributos próprios ao centenário.
Carlos Reis, Comissário para o Centenário de José Saramago, fevereiro de 2021
Configuração de cookies    (ver mais)