Saiba porque deve conhecer os amigos do seu filho
Como podem os pais ajudar os filhos na gestão da necessidade de pertença a um grupo de amigos e de serem aceites, sem que tal se revele um processo problemático? Há comportamentos parentais que podem ajudar os adolescentes a lidarem melhor com os desafios do relacionamento com os pares.
Como podem os pais ajudar os filhos na gestão da necessidade de pertença a um grupo de amigos e de serem aceites, sem que tal se revele um processo problemático?
Na adolescência caminha-se da família para os amigos, num processo de alargamento de crenças e valores, de identificação ou diferenciação, de um questionamento contínuo revestido de sentimentos ambivalentes, como a angústia e a euforia.
A forma como o adolescente vai gerir “psicoemocionalmente” a instabilidade, típica desta fase, será importante para a estruturação da sua personalidade e para a formação do seu autoconceito e da sua autoestima.
Os adolescentes preocupam-se com a inclusão num grupo, valorizam a opinião dos amigos, refugiam-se nas conversas com estes, e o número de amigos está habitualmente conotado com a satisfação consigo próprio. Mas a verdade é que a influência dos pares tanto se pode revelar positiva, com comportamentos de amizade, proximidade e suporte que favorecem o seu bem-estar, como se pode revelar negativa, com comportamentos de crítica, rejeição e estigmatização que afetam seriamente o equilíbrio, já de si frágil, do adolescente.
Como posso, então, ajudar o meu filho adolescente?
- Promova a capacidade de afirmação do seu filho
Ajude o seu filho a ser ele próprio, a expressar os seus interesses, permitindo-lhe isso mesmo no ambiente familiar. As práticas educativas parentais são um modelo para o relacionamento dos jovens com os seus pares, para além de representarem um pilar importante no seu equilíbrio emocional.
Se à exigência for associado pouco afeto, o adolescente vai sentir-se em défice emocional, desenvolvendo uma postura frágil e de necessidade de aceitação nos grupos de amigos, com prejuízo da sua capacidade de afirmação pessoal.
- Promova o contacto com diferentes grupos
Sempre que possível, permita ao seu filho contactar com realidades diversas em que possa constituir grupos de amigos diferentes, através, por exemplo, da frequência de atividades extracurriculares em grupo ou da realização de atividades de férias com colegas diferentes dos habituais.
Desta forma, estará a treinar competências de interação social, enriquecendo a sua exploração do mundo, o que ajudará o seu filho no processo de socialização. Ao mesmo tempo, está a aumentar a probabilidade de alargamento do seu grupo de amigos.
- Conheça os amigos do seu filho
Conhecer globalmente os amigos do seu filho enquadra-se numa perspetiva de estar próximo das pessoas que lhe são importantes e de compreender a importância que o grupo tem para si e qual o seu papel no grupo.
Poderá fazê-lo providenciando um espaço para a realização de trabalhos de grupo, ou de estudo em casa, ou para a organização de sessões de cinema em casa, ou qualquer outra atividade que se enquadre num ambiente de disponibilidade para a presença dos amigos.
Mas estas atividades devem ser realizadas sempre num enquadramento de proposta ao seu filho, para que este se sinta envolvido nelas, valorizando e aceitando a sua iniciativa. Não se esqueça de que são os amigos dele e não necessariamente os amigos que gostaria que ele tivesse!
Há adolescentes que evitam a presença dos pais nas suas atividades com os amigos. Neste caso é naturalmente importante respeitar as suas decisões, procurando, contudo, perceber o porquê de tal.
- Proibir pode não ser solução
Está preocupado com a influência negativa que os amigos do seu filho podem ter nele? Os pais procuram proteger os filhos de determinadas realidades, como o insucesso escolar ou o consumo de drogas. Contudo, é importante que o adolescente desenvolva ferramentas psicoemocionais que lhe permitam a adoção de comportamentos de responsabilidade.
Em vez de proibir que contacte com determinados amigos, promova a reflexão acerca do que são, para si próprio, comportamentos adequados, para que, em qualquer situação da vida, seja capaz de fazer as suas próprias opções. A adolescência é uma fase revestida de muitas alterações. Contudo: (i) se se tornou particularmente difícil falar com o seu filho; (ii) se identifica comportamentos regulares de mentira; (iii) se os resultados escolares desceram sem causa aparente; (iv) se há faltas às atividades escolares ou extraescolares sem justificação para tal; (v) se mostra sentimentos continuados de ansiedade, tristeza ou isolamento, procure a ajuda de um médico ou psicólogo de forma que seja possível concluir acerca da estabilidade emocional do seu filho e/ou ajudá-lo enquanto pai/mãe.
AS NOSSAS SUGESTÕES DE LEITURA
Licenciada em Psicologia pela Universidade do Porto e pós-graduada pela mesma instituição, conta com especializações em consulta psicológica e intervenção psicológica com crianças, jovens e adultos. Do seu currículo fazem parte várias formações nos domínios da avaliação cognitiva e da personalidade, orientação vocacional, educação sexual e especialização em igualdade de género. Exerce funções de psicóloga clínica e atualmente colabora com o centro CRIAR, atendendo, sobretudo, casos relacionados com situações de adaptação/mudança de escola, escolhas vocacionais e profissionais, avaliação cognitiva e situações relacionadas com aspetos de personalidade (dificuldades de autoestima, ansiedade, problemas de relacionamento interpessoal e gestão comportamental).
Como podem os pais ajudar os filhos na gestão da necessidade de pertença a um grupo de amigos e de serem aceites, sem que tal se revele um processo problemático? Há comportamentos parentais que podem ajudar os adolescentes a lidarem melhor com os desafios do relacionamento com os pares.
Na adolescência caminha-se da família para os amigos, num processo de alargamento de crenças e valores, de identificação ou diferenciação, de um questionamento contínuo revestido de sentimentos ambivalentes, como a angústia e a euforia.
A forma como o adolescente vai gerir “psicoemocionalmente” a instabilidade, típica desta fase, será importante para a estruturação da sua personalidade e para a formação do seu autoconceito e da sua autoestima.
Os adolescentes preocupam-se com a inclusão num grupo, valorizam a opinião dos amigos, refugiam-se nas conversas com estes, e o número de amigos está habitualmente conotado com a satisfação consigo próprio. Mas a verdade é que a influência dos pares tanto se pode revelar positiva, com comportamentos de amizade, proximidade e suporte que favorecem o seu bem-estar, como se pode revelar negativa, com comportamentos de crítica, rejeição e estigmatização que afetam seriamente o equilíbrio, já de si frágil, do adolescente.
Como posso, então, ajudar o meu filho adolescente?
- Promova a capacidade de afirmação do seu filho
Ajude o seu filho a ser ele próprio, a expressar os seus interesses, permitindo-lhe isso mesmo no ambiente familiar. As práticas educativas parentais são um modelo para o relacionamento dos jovens com os seus pares, para além de representarem um pilar importante no seu equilíbrio emocional.
Se à exigência for associado pouco afeto, o adolescente vai sentir-se em défice emocional, desenvolvendo uma postura frágil e de necessidade de aceitação nos grupos de amigos, com prejuízo da sua capacidade de afirmação pessoal.
- Promova o contacto com diferentes grupos
Sempre que possível, permita ao seu filho contactar com realidades diversas em que possa constituir grupos de amigos diferentes, através, por exemplo, da frequência de atividades extracurriculares em grupo ou da realização de atividades de férias com colegas diferentes dos habituais.
Desta forma, estará a treinar competências de interação social, enriquecendo a sua exploração do mundo, o que ajudará o seu filho no processo de socialização. Ao mesmo tempo, está a aumentar a probabilidade de alargamento do seu grupo de amigos.
- Conheça os amigos do seu filho
Conhecer globalmente os amigos do seu filho enquadra-se numa perspetiva de estar próximo das pessoas que lhe são importantes e de compreender a importância que o grupo tem para si e qual o seu papel no grupo.
Poderá fazê-lo providenciando um espaço para a realização de trabalhos de grupo, ou de estudo em casa, ou para a organização de sessões de cinema em casa, ou qualquer outra atividade que se enquadre num ambiente de disponibilidade para a presença dos amigos.
Mas estas atividades devem ser realizadas sempre num enquadramento de proposta ao seu filho, para que este se sinta envolvido nelas, valorizando e aceitando a sua iniciativa. Não se esqueça de que são os amigos dele e não necessariamente os amigos que gostaria que ele tivesse!
Há adolescentes que evitam a presença dos pais nas suas atividades com os amigos. Neste caso é naturalmente importante respeitar as suas decisões, procurando, contudo, perceber o porquê de tal.
- Proibir pode não ser solução
Está preocupado com a influência negativa que os amigos do seu filho podem ter nele? Os pais procuram proteger os filhos de determinadas realidades, como o insucesso escolar ou o consumo de drogas. Contudo, é importante que o adolescente desenvolva ferramentas psicoemocionais que lhe permitam a adoção de comportamentos de responsabilidade.
Em vez de proibir que contacte com determinados amigos, promova a reflexão acerca do que são, para si próprio, comportamentos adequados, para que, em qualquer situação da vida, seja capaz de fazer as suas próprias opções. A adolescência é uma fase revestida de muitas alterações. Contudo: (i) se se tornou particularmente difícil falar com o seu filho; (ii) se identifica comportamentos regulares de mentira; (iii) se os resultados escolares desceram sem causa aparente; (iv) se há faltas às atividades escolares ou extraescolares sem justificação para tal; (v) se mostra sentimentos continuados de ansiedade, tristeza ou isolamento, procure a ajuda de um médico ou psicólogo de forma que seja possível concluir acerca da estabilidade emocional do seu filho e/ou ajudá-lo enquanto pai/mãe.
AS NOSSAS SUGESTÕES DE LEITURA