Os Timorenses (1973-1980)
Na terra invadida, a pátria estava na presença social, física e sentimental dos guerrilheiros, liderados por Nicolau Lobato. Os homens e as mulheres das FRETILIN eram de coração poderoso e os seus olhos pareciam olhar para o fundo do futuro. Eram homens e mulheres que permaneciam livres, mesmo na prisão, e que, mesmo nus, morriam de pé. O testemunho dos sobreviventes desta etapa, que vai de 1973 a 1980, repõe a memória concreta dos episódios então vividos pela nação timorense.
Até à restauração da independência de Timor-Leste, a 20 de maio de 2002, a morte é a paisagem que tudo parece absorver. O que impressionou vivamente Joana Ruas foi essa experiência, ao mesmo tempo religiosa e laica, que, usando o cimento do sonho de liberdade coletiva, da fé e da força da linguagem, venceu a angústia da morte e a certeza da destruição.