A Sucessão
Quando o consulado de França o chama para lhe comunicar a morte do pai, decide-se por fim a enfrentar a memória de uma família que tentou em vão deixar para trás. Porque os Katrakilis são tudo menos banais: o avô, Spyridon, ex-médico de Stálin, fugiu da URSS com uma lamela do cérebro do ditador; o pai, Adrian, médico também, sempre foi um homem estranho, aparentemente insensível; a mãe, Anna, e o seu irmão Jules, tio de Paul, descendiam de prestigiados relojoeiros e viveram como marido e mulher na grande mansão familiar. É toda uma dinastia que, de uma maneira ou de outra, sempre pareceu condenada à extinção.
Paul tem agora de voltar a França para tratar da casa. Quando lhe caem nas mãos dois cadernos negros que pertenceram ao pai, percebe enfim que sentido dar à sua herança. A Sucessão, romance finalista do Prémio Goncourt 2016, é uma história comovente, em que a tristeza da perda e a evocação nostálgica da felicidade se entrelaçam na perfeição.