O que fazer numa separação – quais as consequências para os filhos?
Quais as consequências do divórcio para os filhos? Qual o impacto da separação no rendimento académico? Será que o divórcio tem consequências irreparáveis junto das crianças? Responder a estas questões é extraordinariamente difícil porque não há divórcio, há divórcios.
Quais as consequências do divórcio junto dos filhos? Qual o impacto da separação no rendimento académico? Será que o divórcio tem consequências irreparáveis junto das crianças? Responder a estas questões é extraordinariamente difícil porque não há divórcio, há divórcios.
No que se refere ao divórcio, tal como na maioria das problemáticas, cada caso é um caso, porque cada situação tem as suas especificidades. Mais importante do que perguntar “Quais as consequência do divórcio?” é questionar “O que poderei fazer para minimizar as consequências deste junto dos mais novos?”
O divórcio tem sido descrito como um acontecimento de inquietação para as famílias, uma vez que implica uma série de mudanças e ajustamentos na vida dos pais e das crianças. Tal como qualquer momento de transição, a separação implica mudanças e desafios, o que gera sentimentos de alguma insegurança e ansiedade.
Quando a literatura refere que os filhos de pais divorciados apresentam pior realização académica, baixo autoconceito, maior dificuldade de relacionamento social e de relacionamento com os pais, o que é que isso significa? Significa que o divórcio é, em si, um fenómeno profundamente negativo, ou denota que há fatores que medeiam e condicionam profundamente a forma como o divórcio é vivido por pais e filhos? Pode, efetivamente, haver fatores facilitadores do ajustamento da criança ao divórcio, e é nestes que qualquer pai ou mãe e deve centrar, se estiver a viver essa situação.
Os fatores que de seguida serão referidos não serão facilmente aplicáveis por pais cuja vida pós-casamento se transformou numa guerrilha em que o importante é abater o inimigo, esquecendo tudo o que está à volta, inclusivamente os filhos. As crianças nunca poderão ter uma boa adaptação ao divórcio se os pais derem primazia à sua frustração e desejo de vingança, esquecendo o interesse superior da criança.
Leia também:
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Parentalidade: 16 livros que todos os pais deveriam ler
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5 erros que os pais divorciados devem evitar cometer
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A importância do contexto familiar na felicidade da criança e do seu bem-estar
Consequências de um divórcio para a criança
Questões de ordem financeira, o temperamento e a idade da criança, problemas psicopatológicos dos pais, nomeadamente depressão, coparentalidade conflituosa e a intensidade e frequência do conflito interparental antes e após a separação são dimensões muito associadas ao melhor ou pior ajustamento da criança numa situação de divórcio ou separação dos pais.
Frequentemente, o divórcio traz consigo uma diminuição significativa da segurança financeira, o que, geralmente, se traduz numa diminuição do bem-estar em várias áreas da vida da criança com consequências no seu sucesso académico. Acontece a criança ser obrigada a mudar de escola e ter menos oportunidades em termos educacionais.
Por outro lado, o divórcio obriga muitas vezes a um aumento do número de horas de trabalho dos pais, de forma a aumentar os rendimentos, o que dificulta o seu envolvimento nas atividades escolares dos filhos, pois o tempo disponível torna-se mais diminuto.
Os piores resultados escolares decorrem também do facto de o acompanhamento da vida escolar dos filhos ficar, na maioria das vezes, unicamente à responsabilidade do progenitor que ficou com a guarda. Este, por sua vez, já está sobrecarregado com muitas outras responsabilidades acrescidas e não pode dar o acompanhamento desejável.
O temperamento e a idade da criança são também fatores importantes quando pensamos no ajustamento ao divórcio. Crianças com temperamento fácil, boas capacidades cognitivas e autoestima positiva, autónomas e responsáveis, adaptam-se mais facilmente às mudanças que a separação impõe. Embora não se possa afirmar que o divórcio tenha maior impacto numa dada idade, o que se constata é que quanto mais elevado e integrado é o nível de desenvolvimento da criança, melhor é adaptação à separação.
E qual o papel dos pais, então?
Pais que se ajustam ao divórcio sem a presença de sintomatologia psicopatológica, que assumem um estilo parental democrático, que se envolvem conjuntamente na educação, cuidados e tomada de decisões relativamente ao futuro dos filhos (coparentalidade cooperativa), que mantêm como prioridade o bem-estar destes, no contexto de uma relação assente na cooperação e respeito, estão certamente a dar um contributo fundamental para o bem-estar social e emocional da criança.
Para o bem-estar da criança não é bom que ela decida, por exemplo, com quem vai morar até mais ou menos ao período da adolescência. Essa escolha pode criar um peso demasiadamente grande nela (pode sentir que está a trair o outro pai e ficar com a consciência muito pesada). Educar com Mindfulness, de Mikaela Övén
Pelo contrário, pais que se envolvem em lutas judiciais intermináveis sobre a regulação do poder parental ou que, não tendo a guarda dos filhos, mantêm uma atitude de grande distância em relação a estes, apenas contribuem para a sua desadaptação.
Face ao exposto, poder-se-á concluir que, embora não se possa negar que os filhos de pais divorciados estão expostos a um risco acrescido, na verdade, o fim da relação conjugal não significa desajustamento crónico, dado que muitos pais adotam medidas que ajudam as crianças a lidar bem com o divórcio. Estas acabam por não apresentar problemas emocionais e comportamentais muito prolongados no tempo.
O divórcio pode ser um processo complicado. Conheça algumas sugestões de leitura para ajudar crianças e pais a lidar com esta situação.
Para os pais...
Ninguém nos dá a fórmula mágica quando nos tornamos pais, nem existe um manual que nos ensine a lidar com os desafios diários. Este livro de Mikaela Övén aborda, entre outros aspetos, o momento em que é necessário contar aos filhos a separação, a apresentação de um novo companheiro e o momento em que um dos pais abandona o lar.
Para os filhos...
Viveram felizes para sempre… mas não juntos. A Branca de Neve e o Príncipe separaram-se! A filha, Violeta, não queria acreditar! Afinal, não era suposto ser um conto de fadas?
Este é um livro para crianças com pais separados, mas é também para que as crianças que vivem com os pais sintam empatia e aprendam a gerir os seus medos.
Quais as consequências do divórcio para os filhos? Qual o impacto da separação no rendimento académico? Será que o divórcio tem consequências irreparáveis junto das crianças? Responder a estas questões é extraordinariamente difícil porque não há divórcio, há divórcios.
No que se refere ao divórcio, tal como na maioria das problemáticas, cada caso é um caso, porque cada situação tem as suas especificidades. Mais importante do que perguntar “Quais as consequência do divórcio?” é questionar “O que poderei fazer para minimizar as consequências deste junto dos mais novos?”
O divórcio tem sido descrito como um acontecimento de inquietação para as famílias, uma vez que implica uma série de mudanças e ajustamentos na vida dos pais e das crianças. Tal como qualquer momento de transição, a separação implica mudanças e desafios, o que gera sentimentos de alguma insegurança e ansiedade.
Quando a literatura refere que os filhos de pais divorciados apresentam pior realização académica, baixo autoconceito, maior dificuldade de relacionamento social e de relacionamento com os pais, o que é que isso significa? Significa que o divórcio é, em si, um fenómeno profundamente negativo, ou denota que há fatores que medeiam e condicionam profundamente a forma como o divórcio é vivido por pais e filhos? Pode, efetivamente, haver fatores facilitadores do ajustamento da criança ao divórcio, e é nestes que qualquer pai ou mãe e deve centrar, se estiver a viver essa situação.
Os fatores que de seguida serão referidos não serão facilmente aplicáveis por pais cuja vida pós-casamento se transformou numa guerrilha em que o importante é abater o inimigo, esquecendo tudo o que está à volta, inclusivamente os filhos. As crianças nunca poderão ter uma boa adaptação ao divórcio se os pais derem primazia à sua frustração e desejo de vingança, esquecendo o interesse superior da criança.
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Questões de ordem financeira, o temperamento e a idade da criança, problemas psicopatológicos dos pais, nomeadamente depressão, coparentalidade conflituosa e a intensidade e frequência do conflito interparental antes e após a separação são dimensões muito associadas ao melhor ou pior ajustamento da criança numa situação de divórcio ou separação dos pais.
Frequentemente, o divórcio traz consigo uma diminuição significativa da segurança financeira, o que, geralmente, se traduz numa diminuição do bem-estar em várias áreas da vida da criança com consequências no seu sucesso académico. Acontece a criança ser obrigada a mudar de escola e ter menos oportunidades em termos educacionais.
Por outro lado, o divórcio obriga muitas vezes a um aumento do número de horas de trabalho dos pais, de forma a aumentar os rendimentos, o que dificulta o seu envolvimento nas atividades escolares dos filhos, pois o tempo disponível torna-se mais diminuto.
Os piores resultados escolares decorrem também do facto de o acompanhamento da vida escolar dos filhos ficar, na maioria das vezes, unicamente à responsabilidade do progenitor que ficou com a guarda. Este, por sua vez, já está sobrecarregado com muitas outras responsabilidades acrescidas e não pode dar o acompanhamento desejável.
O temperamento e a idade da criança são também fatores importantes quando pensamos no ajustamento ao divórcio. Crianças com temperamento fácil, boas capacidades cognitivas e autoestima positiva, autónomas e responsáveis, adaptam-se mais facilmente às mudanças que a separação impõe. Embora não se possa afirmar que o divórcio tenha maior impacto numa dada idade, o que se constata é que quanto mais elevado e integrado é o nível de desenvolvimento da criança, melhor é adaptação à separação.
E qual o papel dos pais, então?
Pais que se ajustam ao divórcio sem a presença de sintomatologia psicopatológica, que assumem um estilo parental democrático, que se envolvem conjuntamente na educação, cuidados e tomada de decisões relativamente ao futuro dos filhos (coparentalidade cooperativa), que mantêm como prioridade o bem-estar destes, no contexto de uma relação assente na cooperação e respeito, estão certamente a dar um contributo fundamental para o bem-estar social e emocional da criança.
Para o bem-estar da criança não é bom que ela decida, por exemplo, com quem vai morar até mais ou menos ao período da adolescência. Essa escolha pode criar um peso demasiadamente grande nela (pode sentir que está a trair o outro pai e ficar com a consciência muito pesada). Educar com Mindfulness, de Mikaela Övén
Pelo contrário, pais que se envolvem em lutas judiciais intermináveis sobre a regulação do poder parental ou que, não tendo a guarda dos filhos, mantêm uma atitude de grande distância em relação a estes, apenas contribuem para a sua desadaptação.
Face ao exposto, poder-se-á concluir que, embora não se possa negar que os filhos de pais divorciados estão expostos a um risco acrescido, na verdade, o fim da relação conjugal não significa desajustamento crónico, dado que muitos pais adotam medidas que ajudam as crianças a lidar bem com o divórcio. Estas acabam por não apresentar problemas emocionais e comportamentais muito prolongados no tempo.
O divórcio pode ser um processo complicado. Conheça algumas sugestões de leitura para ajudar crianças e pais a lidar com esta situação.
Para os pais...
Ninguém nos dá a fórmula mágica quando nos tornamos pais, nem existe um manual que nos ensine a lidar com os desafios diários. Este livro de Mikaela Övén aborda, entre outros aspetos, o momento em que é necessário contar aos filhos a separação, a apresentação de um novo companheiro e o momento em que um dos pais abandona o lar.
Para os filhos...
Viveram felizes para sempre… mas não juntos. A Branca de Neve e o Príncipe separaram-se! A filha, Violeta, não queria acreditar! Afinal, não era suposto ser um conto de fadas?
Este é um livro para crianças com pais separados, mas é também para que as crianças que vivem com os pais sintam empatia e aprendam a gerir os seus medos.