Escolher a escola para os meus filhos: quais os critérios a privilegiar?

A maioria das famílias não pode escolher a escola dos filhos – é a da zona de residência ou de trabalho dos pais –, mas isso não significa que se resigne e não pense mais sobre o assunto. “É aquela, não é lá grande coisa, mas não podemos fazer nada…” Errado! Saiba quais os critérios que tem (mesmo!) de considerar.

Existem famílias que podem escolher – entre o público e o privado. Por isso, vamos começar por aqui. O que queremos privilegiar na escolha da escola para os nossos filhos?

Uma premissa: o ensino público é gratuito e igual para todos; é mais democratizante porque na escola estão meninos de todos os estratos sociais. Na mesma turma podem estar os filhos dos empresários e os dos assalariados; podem estar os dos doutorados e os dos que se ficaram pela antiga quarta classe. Os meninos que querem mesmo estudar e têm objetivos para o sucesso e os que estão na escola porque são obrigados. Esta diversidade é importante porque a nossa sociedade não é feita de um único tipo de pessoas, porque com esta heterogeneidade podemos promover a solidariedade dos nossos filhos para com os colegas, por exemplo, mais frágeis e que precisam.

Há pais que optam pelo privado no início da vida académica dos filhos, no pré-escolar, porque a oferta pública é menor ou porque as salas comportam menos crianças e têm mais auxiliares a vigiá-las. Mas, quando a criança cresce, vai para a escola pública. Outros escolhem o privado, no final, no secundário, porque as notas podem ser mais altas (em alguns casos) do que na escola pública; ou porque acreditam que os filhos ficam mais bem preparados para ingressarem no ensino superior.

 

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Portanto, como já vimos, os critérios podem ser vários:

  1. A segurança – Quantos professores? Quantos auxiliares? Qualquer pessoa pode entrar na escola? A escola tem sistema de incêndios? As salas estão preparadas para receber as crianças? Estas têm muitas escadas para subir e descer ao longo do dia?
  2. O conforto – A escola é fria? Chove lá dentro? Tem telhados de amianto?
  3. As atividades – Há visitas de estudo? Atividades extracurriculares? A escola fica aberta até que horas? Paga-se multa depois dessa hora, caso os pais não consigam ir buscar a criança?
  4. O sucesso – Os alunos têm bons resultados? A escola fica bem classificada nos rankings feitos com base nos exames? Por que razão não fica (muitas vezes há bons motivos para tal não acontecer; pergunte quais são)? O que acontece a um aluno que não tem boas notas, a escola manda-o embora ou trabalha com ele?
  5. A estabilidade – O corpo docente é estável ou está sempre a mudar? O projeto da escola foi feito há quantos anos? As turmas são mantidas, o meu filho vai poder prosseguir sempre com os mesmos colegas?

Existem certamente outros critérios: os seus. Para esclarecer todas as dúvidas que tenha, peça respostas, uma boa escola dá-las-á; se não o fizer, talvez não queira lá ter o seu filho. Se ensinamos aos mais pequenos para não falarem com estranhos, também não queremos que a escola que eles frequentam seja uma incógnita para nós.

E se não pode fazer verdadeiras escolhas porque só há um agrupamento de escolas na sua vila ou cidade, não desespere. Os pais podem fazer coisas para mudar. Para começar, podem fazer parte da Associação de Pais e envolver na vida da escola, em conjunto com a direção, os professores e outros membros da comunidade escolar, de modo a transformar a escola num sítio melhor para aprender, estar e crescer!

 

 SUGESTÃO DE LEITURA 

O meu filho fez o quê???

O meu filho fez o quê???  – Guia de relacionamento dos pais com a escola

Seja para ajudar a escolher a melhor escola (ou jardim de infância), a preparar o ano letivo, a participar em reuniões ou a agir em situações-limite (bullying, violência, queixas de professores ou de pais, etc.), este livro é um verdadeiro guia que orienta os pais pelos longos e por vezes confusos corredores da vida escolar.