Conheça os sinais da depressão na adolescência
Como perceber se é algo passageiro, típico desta fase, ou se estamos perante sintomas congruentes com o diagnóstico de depressão?
Como perceber se é algo passageiro, típico desta fase, ou se estamos perante sintomas congruentes com o diagnóstico de depressão?
Não é incomum ouvir um adolescente dizer “estou deprimido”, “estou em baixo”, o que pode referir-se a um estado de ânimo passageiro, algo comum nesta fase evolutiva, ou a algo muito mais sério, como a depressão, que, segundo a OMS revelou no relatório “Health for the World’s Adolescents”, é a primeira causa de doença e de incapacidade para rapazes e raparigas dos 10 aos 19 anos.
Quando pelo menos cinco ou mais dos seguintes sintomas persistem, por duas semanas, e pelo menos um deles são os dois primeiros (irritabilidade e perda de interesse), os pais devem procurar ajuda:
-
irritabilidade e instabilidade;
-
perda de interesse nas atividades preferidas ou incapacidade para desfrutar das atividades extracurriculares favoritas;
-
tristeza persistente, choro fácil e intenso;
-
aborrecimento persistente e falta de energia (demora muito tempo a fazer qualquer tarefa e cansa-se facilmente);
-
isolamento social (prefere, quase sempre, estar só);
-
baixa autoestima e sentimentos de culpa;
-
sensibilidade extrema quanto ao insucesso ou fracasso;
-
aumento da dificuldade em relacionar-se ou da hostilidade;
-
queixas frequentes de doenças físicas, tais como dores de cabeça ou de estômago;
-
concentração pobre, o que se reflete na escola, com a descida súbita das notas;
-
absentismo escolar e falta de motivação;
-
agitação (andar de um lado para o outro) ou lentidão motora (levar muito tempo a vestir-se, a falar);
-
mudanças nos padrões de sono, como, por exemplo, ficar toda a noite a ver televisão (insónia), ter dificuldade em levantar-se de manhã ou ficar a dormir todo o dia (hipersónia);
-
aumento ou diminuição significativa do peso;
-
falar em fugir de casa;
-
ideias e tentativas de suicídio;
-
problemas graves de comportamento.
Os adolescentes que se portam mal quer em casa quer na escola podem estar deprimidos, apesar de não apresentarem tristeza, mas, quando questionados, referem que estão tristes, que estão a sofrer. Neste caso, precisam de tratamento e não de castigos.
Quanto aos fatores de risco, podemos apontar os seguintes:
-
progenitor deprimido (parece ser o fator de risco que provoca maior vulnerabilidade);
-
pais que estão imersos nos seus conflitos maritais e/ou têm problemas económicos;
-
perceção de falta de apoio por parte dos pais;
-
poucas amizades ou más relações com os seus pares;
-
ausência de relações estreitas com amigos, pouco relacionamento com os pares ou rejeição por parte deles;
-
experimentação de mudanças difíceis ou desafios complexos;
-
divórcio dos pais;
-
abuso físico e sexual;
-
perda de um ente querido;
-
baixa autoestima e imagem corporal negativa, entre outros.
O diagnóstico e o tratamento da depressão são essenciais. É uma doença real, incapacitante, que pode, em casos extremos, levar ao suicídio (terceira causa de morte na adolescência) e que exige um tratamento que deve ser compreensivo, incluindo terapia individual, familiar e farmacológica.
Os fatores de proteção passam por relações familiares e com os pares fortes e positivas, e estratégias positivas para enfrentar situações adversas.
As relações pais-filhos podem ajudar na prevenção se:
-
falarem e passarem tempo juntos, diariamente;
-
procurarem saber o que os preocupa;
-
os incentivarem a exprimir sentimentos, estar com os pares, praticar desporto, ler, ter passatempos;
-
reconhecerem e elogiarem os comportamentos positivos;
-
monitorizarem o que veem na televisão, a música que ouvem, os sítios que visitam na Internet, uma vez que a exposição contínua a conteúdos violentos e negativos pode agravar os sintomas depressivos;
-
promoverem um sono reparador (deitar cedo, com tranquilidade);
-
procurarem ajuda especializada.
Se os adolescentes receberem os cuidados de saúde mental de que necessitam, será evitado muito sofrimento ao longo da vida.
SUGESTÕES DE LEITURA
Como perceber se é algo passageiro, típico desta fase, ou se estamos perante sintomas congruentes com o diagnóstico de depressão?
Não é incomum ouvir um adolescente dizer “estou deprimido”, “estou em baixo”, o que pode referir-se a um estado de ânimo passageiro, algo comum nesta fase evolutiva, ou a algo muito mais sério, como a depressão, que, segundo a OMS revelou no relatório “Health for the World’s Adolescents”, é a primeira causa de doença e de incapacidade para rapazes e raparigas dos 10 aos 19 anos.
Quando pelo menos cinco ou mais dos seguintes sintomas persistem, por duas semanas, e pelo menos um deles são os dois primeiros (irritabilidade e perda de interesse), os pais devem procurar ajuda:
- irritabilidade e instabilidade;
- perda de interesse nas atividades preferidas ou incapacidade para desfrutar das atividades extracurriculares favoritas;
- tristeza persistente, choro fácil e intenso;
- aborrecimento persistente e falta de energia (demora muito tempo a fazer qualquer tarefa e cansa-se facilmente);
- isolamento social (prefere, quase sempre, estar só);
- baixa autoestima e sentimentos de culpa;
- sensibilidade extrema quanto ao insucesso ou fracasso;
- aumento da dificuldade em relacionar-se ou da hostilidade;
- queixas frequentes de doenças físicas, tais como dores de cabeça ou de estômago;
- concentração pobre, o que se reflete na escola, com a descida súbita das notas;
- absentismo escolar e falta de motivação;
- agitação (andar de um lado para o outro) ou lentidão motora (levar muito tempo a vestir-se, a falar);
- mudanças nos padrões de sono, como, por exemplo, ficar toda a noite a ver televisão (insónia), ter dificuldade em levantar-se de manhã ou ficar a dormir todo o dia (hipersónia);
- aumento ou diminuição significativa do peso;
- falar em fugir de casa;
- ideias e tentativas de suicídio;
- problemas graves de comportamento.
Os adolescentes que se portam mal quer em casa quer na escola podem estar deprimidos, apesar de não apresentarem tristeza, mas, quando questionados, referem que estão tristes, que estão a sofrer. Neste caso, precisam de tratamento e não de castigos.
Quanto aos fatores de risco, podemos apontar os seguintes:
- progenitor deprimido (parece ser o fator de risco que provoca maior vulnerabilidade);
- pais que estão imersos nos seus conflitos maritais e/ou têm problemas económicos;
- perceção de falta de apoio por parte dos pais;
- poucas amizades ou más relações com os seus pares;
- ausência de relações estreitas com amigos, pouco relacionamento com os pares ou rejeição por parte deles;
- experimentação de mudanças difíceis ou desafios complexos;
- divórcio dos pais;
- abuso físico e sexual;
- perda de um ente querido;
- baixa autoestima e imagem corporal negativa, entre outros.
O diagnóstico e o tratamento da depressão são essenciais. É uma doença real, incapacitante, que pode, em casos extremos, levar ao suicídio (terceira causa de morte na adolescência) e que exige um tratamento que deve ser compreensivo, incluindo terapia individual, familiar e farmacológica.
Os fatores de proteção passam por relações familiares e com os pares fortes e positivas, e estratégias positivas para enfrentar situações adversas.
As relações pais-filhos podem ajudar na prevenção se:
- falarem e passarem tempo juntos, diariamente;
- procurarem saber o que os preocupa;
- os incentivarem a exprimir sentimentos, estar com os pares, praticar desporto, ler, ter passatempos;
- reconhecerem e elogiarem os comportamentos positivos;
- monitorizarem o que veem na televisão, a música que ouvem, os sítios que visitam na Internet, uma vez que a exposição contínua a conteúdos violentos e negativos pode agravar os sintomas depressivos;
- promoverem um sono reparador (deitar cedo, com tranquilidade);
- procurarem ajuda especializada.
Se os adolescentes receberem os cuidados de saúde mental de que necessitam, será evitado muito sofrimento ao longo da vida.
SUGESTÕES DE LEITURA