[ENTREVISTA] «Como é que te posso fazer feliz?» - A história por trás do sucesso do TikTok
«A vida pode ficar melhor, mesmo a partir das piores situações, e só mesmo a esperança nos pode tirar delas.» Conheça a história de Lucas with Strangers, o tiktoker que tem usado as redes sociais para ajudar desconhecidos.
A história de Lucas with Strangers, o tiktoker que tem usado as redes sociais para ajudar desconhecidos.
Aos 22 anos, Lucas Rodrigues, que se tornou conhecido como o tiktoker que realiza desejos, rege a sua vida por dois lemas fundamentais: “if it’s to be, it’s up to me” e “segue os teus sonhos, independentemente do que os outros digam”.
Há dois anos transformou um episódio traumático da sua vida em garra para enfrentar o mundo, não com ressentimento, mas, literalmente, abraçando-o, de mente aberta. Tudo começou quando saiu para a rua num dia chuvoso e se ofereceu para abrigar desconhecidos com o seu guarda-chuva. Depois, passou de falar com estranhos a abraçá-los. Até ao momento em que decidiu que queria ajudar a mudar o dia – ou a vida – das pessoas com que se cruzava para melhor, perguntando-lhes: «Como é que te posso fazer feliz?».
Despido de preconceitos e com uma vontade de viver renovada, começou a fazer pequenos vídeos dessas histórias e a publicá-los no TikTok e no Instagram. O resultado? Mais do que ter sucesso como influencer – conta com quase 2 milhões de seguidores nas plataformas TikTok, Instagram e Twitter – conseguiu criar uma comunidade de pessoas à volta do seu projeto, Lucas with Strangers, que se juntam para o ajudar a melhorar a vida daqueles que realmente precisam desse apoio.
Após dois anos de aprendizagem, Lucas decidiu colocar em livro algumas das histórias mais marcantes do seu projeto. O livro, Lucas with Strangers – Como é que te posso fazer feliz? já está disponível e tem como objetivo inspirar as pessoas a serem mais empáticas, livres de preconceitos e solidárias.
As histórias por trás do sucesso no TikTok!
Até hoje não sei dizer se o projeto Lucas with Strangers começou por um ato de coragem ou loucura pura. Na verdade, não interessa. O objetivo era eu sentir-me feliz ao fazer os outros felizes, e isso foi conseguido. Agora, dois anos depois, escrevo este livro para te contar tudo.
Vem conhecer o que acontece por trás das câmaras de alguns dos vídeos mais populares que viste no TikTok e descobrir como é que de uma vontade nasceu o projeto que transformou a minha vida para sempre.
Espero que a minha história e as histórias das pessoas que passaram pelo projeto te inspirem a fazer mais e melhor por ti e pelos outros.
Saiba ao pormenor o que vai poder encontrar ao longo das páginas e descubra quem é o Lucas, neste excerto de uma entrevista dada à Wook pelo autor.
Abordas estranhos na rua de uma forma espontânea e genuína. Achas que é mais fácil abrirmo-nos com estranhos do que com pessoas que nos são próximas, como familiares?
Em Portugal, muita gente não é assim. Nós temos uma cultura de família, círculos pequenos em que se contacta pouco com estranhos. Com o meu projeto, quero incentivar as pessoas a irem lá para fora, a abraçarem estranhos e a darem-se com toda a gente para que sejamos uma população mais unida.
Tu és mais do que aquilo que nos chega pelas redes sociais. Estudaste piano desde pequeno e até ias para uma ilha grega trabalhar como pianista, antes de optares por te dedicares inteiramente ao projeto Lucas with Strangers. Como te identificas, no teu âmago?
Eu sinto que sou mais do que qualquer rótulo que me possam pôr. E acho que todos nós somos mais do que os rótulos que nos tentam pôr de tiktoker, influencer, etc. Todas as definições nos limitam muito e uma das coisas que eu aprendi com este projeto foi a dimensão gigante que as pessoas têm; cada pessoa é um mundo enorme.
Aquilo que me define é ser humano, e nós todos somos muito iguais, com hobbies diferentes, mas somos todos quase a mesma pessoa.
Esta experiência permitiu-te ultrapassar eventuais preconceitos que pudesses ter em relação a determinadas pessoas?
Toda a gente tem preconceitos, faz parte do ser humano. Nós criamos generalizações baseadas em pequenas experiências que tivemos. Todas as experiências que eu tinha tido com moradores de rua eram negativas: pediam-me dinheiro e, às vezes, até chateavam um pouco, e depois percebi, ao conversar com eles, o seu lado humano, e que, tal como eu, têm sonhos e objetivos e, por vezes, até muitas capacidades para os alcançarem. Um dos exemplos foi o António, cuja história incluí no livro, que é uma pessoa que simplesmente teve um acontecimento infeliz na vida dele e que acabou naquela situação [de toxicodependência e sem-abrigo]. Todos nós podemos ir lá parar, um dia. Definitivamente, agora não julgo as pessoas pela capa e aprendi a vê-las de outra perspetiva.
No teu livro contas que o teu pior pesadelo foi o início de um sonho. Onde foste buscar força para ver a vida de uma forma positiva, para não desistir, mesmo quando tudo corre mal?
Agora é fácil não desistir, porque eu estou num ponto ótimo, já provei o bom da vida. Mas na altura eu não tinha muito que me motivasse, a não ser a esperança de que poderia ficar melhor. Agora tento transmitir isso às outras pessoas: a vida pode ficar melhor, mesmo a partir das piores situações, e só mesmo a esperança nos pode tirar delas.
Como acolheste o convite da Porto Editora de passar as tuas histórias para um livro?
Eu tenho um diário onde ponho polaroides e escrevo sobre o dia em que aquele acontecimento ocorreu, e sinto que as histórias que conto nos meus vídeos são muito curtinhas – 30 segundos de vídeo para histórias que às vezes demoram 5 meses a gravar, com muito trabalho. E, acima de tudo, não transmitem aquela dimensão humana que eu sinto ao gravar, essa quebra de preconceito. E eu quero mostrar mais sobre as pessoas que abordo. O livro não é sobre mim, é sobre as pessoas que fazem parte do projeto, para que os leitores possam também quebrar os seus preconceitos e saber mais sobre a origem das histórias e dos vídeos.
No livro Lucas with Strangers – Como é que te posso fazer feliz? partilhas 13 histórias. Foi difícil escolher as que irias incluir e as que ficariam de fora?
O mais difícil nessa escolha é que as histórias estão sempre a aparecer. Já tenho duas histórias novas desde que acabei de escrever o livro e apetecia-me parar a impressão e incluí-las. Mas há sempre aquelas que me marcaram mais e com as quais as pessoas também poderão aprender algo.
Os teus seguidores nas redes sociais mostram como uma comunidade real, nascida online, pode ter força e impacto. Que boas ações é que o teu projeto já conseguiu despoletar noutras pessoas?
Ao postar uma story, quando eu tinha cerca de 2 mil seguidores, um seguidor de Lisboa veio trazer uma cadeira de rodas para oferecer ao Zé Manel. Foi o primeiro exemplo de comunidade. Mais tarde, juntámos uma multidão para vir ouvir o Erick, que é um músico de rua, conseguimos angariar fundos para pagar tratamentos de cancro; a reabilitação do António foi parcialmente financiada pela comunidade. É uma dimensão muito boa que eu não estava à espera que acontecesse.
Que mensagem queres deixar aos leitores do teu livro?
Uma delas é – e isto é muito cliché, mas eu quero incentivar ainda mais – que sigam os vossos sonhos, mesmo quando toda a gente diz que não vai dar certo. Quando comecei este projeto, toda a gente à minha volta me chamava louco, incluindo a minha família, os meus pais e os meus amigos, e eu fui um bocado abaixo por causa disso.
Se tiverem um sonho, o que importa é estarem felizes, acreditarem e continuarem. Não importa se o resto das pessoas vos dão ou não razão, até porque, se tiveram uma ideia suficientemente boa e revolucionária, ninguém à volta a vai compreender no início. Por isso, continuem, só.
«A vida pode ficar melhor, mesmo a partir das piores situações, e só mesmo a esperança nos pode tirar delas.» Conheça a história de Lucas with Strangers, o tiktoker que tem usado as redes sociais para ajudar desconhecidos.
Aos 22 anos, Lucas Rodrigues, que se tornou conhecido como o tiktoker que realiza desejos, rege a sua vida por dois lemas fundamentais: “if it’s to be, it’s up to me” e “segue os teus sonhos, independentemente do que os outros digam”.
Há dois anos transformou um episódio traumático da sua vida em garra para enfrentar o mundo, não com ressentimento, mas, literalmente, abraçando-o, de mente aberta. Tudo começou quando saiu para a rua num dia chuvoso e se ofereceu para abrigar desconhecidos com o seu guarda-chuva. Depois, passou de falar com estranhos a abraçá-los. Até ao momento em que decidiu que queria ajudar a mudar o dia – ou a vida – das pessoas com que se cruzava para melhor, perguntando-lhes: «Como é que te posso fazer feliz?».
Despido de preconceitos e com uma vontade de viver renovada, começou a fazer pequenos vídeos dessas histórias e a publicá-los no TikTok e no Instagram. O resultado? Mais do que ter sucesso como influencer – conta com quase 2 milhões de seguidores nas plataformas TikTok, Instagram e Twitter – conseguiu criar uma comunidade de pessoas à volta do seu projeto, Lucas with Strangers, que se juntam para o ajudar a melhorar a vida daqueles que realmente precisam desse apoio.
Após dois anos de aprendizagem, Lucas decidiu colocar em livro algumas das histórias mais marcantes do seu projeto. O livro, Lucas with Strangers – Como é que te posso fazer feliz? já está disponível e tem como objetivo inspirar as pessoas a serem mais empáticas, livres de preconceitos e solidárias.
As histórias por trás do sucesso no TikTok!
Até hoje não sei dizer se o projeto Lucas with Strangers começou por um ato de coragem ou loucura pura. Na verdade, não interessa. O objetivo era eu sentir-me feliz ao fazer os outros felizes, e isso foi conseguido. Agora, dois anos depois, escrevo este livro para te contar tudo.
Vem conhecer o que acontece por trás das câmaras de alguns dos vídeos mais populares que viste no TikTok e descobrir como é que de uma vontade nasceu o projeto que transformou a minha vida para sempre.
Espero que a minha história e as histórias das pessoas que passaram pelo projeto te inspirem a fazer mais e melhor por ti e pelos outros.
Saiba ao pormenor o que vai poder encontrar ao longo das páginas e descubra quem é o Lucas, neste excerto de uma entrevista dada à Wook pelo autor.
Abordas estranhos na rua de uma forma espontânea e genuína. Achas que é mais fácil abrirmo-nos com estranhos do que com pessoas que nos são próximas, como familiares?
Em Portugal, muita gente não é assim. Nós temos uma cultura de família, círculos pequenos em que se contacta pouco com estranhos. Com o meu projeto, quero incentivar as pessoas a irem lá para fora, a abraçarem estranhos e a darem-se com toda a gente para que sejamos uma população mais unida.
Tu és mais do que aquilo que nos chega pelas redes sociais. Estudaste piano desde pequeno e até ias para uma ilha grega trabalhar como pianista, antes de optares por te dedicares inteiramente ao projeto Lucas with Strangers. Como te identificas, no teu âmago?
Eu sinto que sou mais do que qualquer rótulo que me possam pôr. E acho que todos nós somos mais do que os rótulos que nos tentam pôr de tiktoker, influencer, etc. Todas as definições nos limitam muito e uma das coisas que eu aprendi com este projeto foi a dimensão gigante que as pessoas têm; cada pessoa é um mundo enorme.
Aquilo que me define é ser humano, e nós todos somos muito iguais, com hobbies diferentes, mas somos todos quase a mesma pessoa.
Esta experiência permitiu-te ultrapassar eventuais preconceitos que pudesses ter em relação a determinadas pessoas?
Toda a gente tem preconceitos, faz parte do ser humano. Nós criamos generalizações baseadas em pequenas experiências que tivemos. Todas as experiências que eu tinha tido com moradores de rua eram negativas: pediam-me dinheiro e, às vezes, até chateavam um pouco, e depois percebi, ao conversar com eles, o seu lado humano, e que, tal como eu, têm sonhos e objetivos e, por vezes, até muitas capacidades para os alcançarem. Um dos exemplos foi o António, cuja história incluí no livro, que é uma pessoa que simplesmente teve um acontecimento infeliz na vida dele e que acabou naquela situação [de toxicodependência e sem-abrigo]. Todos nós podemos ir lá parar, um dia. Definitivamente, agora não julgo as pessoas pela capa e aprendi a vê-las de outra perspetiva.
No teu livro contas que o teu pior pesadelo foi o início de um sonho. Onde foste buscar força para ver a vida de uma forma positiva, para não desistir, mesmo quando tudo corre mal?
Agora é fácil não desistir, porque eu estou num ponto ótimo, já provei o bom da vida. Mas na altura eu não tinha muito que me motivasse, a não ser a esperança de que poderia ficar melhor. Agora tento transmitir isso às outras pessoas: a vida pode ficar melhor, mesmo a partir das piores situações, e só mesmo a esperança nos pode tirar delas.
Como acolheste o convite da Porto Editora de passar as tuas histórias para um livro?
Eu tenho um diário onde ponho polaroides e escrevo sobre o dia em que aquele acontecimento ocorreu, e sinto que as histórias que conto nos meus vídeos são muito curtinhas – 30 segundos de vídeo para histórias que às vezes demoram 5 meses a gravar, com muito trabalho. E, acima de tudo, não transmitem aquela dimensão humana que eu sinto ao gravar, essa quebra de preconceito. E eu quero mostrar mais sobre as pessoas que abordo. O livro não é sobre mim, é sobre as pessoas que fazem parte do projeto, para que os leitores possam também quebrar os seus preconceitos e saber mais sobre a origem das histórias e dos vídeos.
No livro Lucas with Strangers – Como é que te posso fazer feliz? partilhas 13 histórias. Foi difícil escolher as que irias incluir e as que ficariam de fora?
O mais difícil nessa escolha é que as histórias estão sempre a aparecer. Já tenho duas histórias novas desde que acabei de escrever o livro e apetecia-me parar a impressão e incluí-las. Mas há sempre aquelas que me marcaram mais e com as quais as pessoas também poderão aprender algo.
Os teus seguidores nas redes sociais mostram como uma comunidade real, nascida online, pode ter força e impacto. Que boas ações é que o teu projeto já conseguiu despoletar noutras pessoas?
Ao postar uma story, quando eu tinha cerca de 2 mil seguidores, um seguidor de Lisboa veio trazer uma cadeira de rodas para oferecer ao Zé Manel. Foi o primeiro exemplo de comunidade. Mais tarde, juntámos uma multidão para vir ouvir o Erick, que é um músico de rua, conseguimos angariar fundos para pagar tratamentos de cancro; a reabilitação do António foi parcialmente financiada pela comunidade. É uma dimensão muito boa que eu não estava à espera que acontecesse.
Que mensagem queres deixar aos leitores do teu livro?
Uma delas é – e isto é muito cliché, mas eu quero incentivar ainda mais – que sigam os vossos sonhos, mesmo quando toda a gente diz que não vai dar certo. Quando comecei este projeto, toda a gente à minha volta me chamava louco, incluindo a minha família, os meus pais e os meus amigos, e eu fui um bocado abaixo por causa disso.
Se tiverem um sonho, o que importa é estarem felizes, acreditarem e continuarem. Não importa se o resto das pessoas vos dão ou não razão, até porque, se tiveram uma ideia suficientemente boa e revolucionária, ninguém à volta a vai compreender no início. Por isso, continuem, só.