A adolescência e a consciência do corpo: 5 sinais que todos os pais devem prestar atenção
Na adolescência, os jovens enfrentam desafios, com destaque para a consciencialização do corpo e a pressão dos padrões de beleza promovidos pelas redes sociais e pela sociedade. Neste artigo, a autora ajuda a compreender estas mudanças físicas e emocionais e a abordá-las de forma positiva, através de uma comunicação aberta e apoio.
Conheça as mudanças físicas e emocionais a que deve prestar atenção
Segundo a OMS, a adolescência compreende as idades dos 10 aos 19 anos e implica, na maior parte das vezes, mudanças de atitude por parte dos jovens que levam a sentimentos de desespero para pais e familiares. Os adolescentes iniciam um processo de dissolução da autoridade parental, e as zangas tornam-se mais constantes do que os pais consideram razoável. Por outras palavras, enquanto em crianças o foco se centrava nos pais, nas suas opiniões e decisões, na adolescência o foco volta-se para o grupo de pares e, como tal, os adolescentes começam a colocar em perspetiva as orientações e opiniões dos pais.
As mudanças corporais podem ser críticas e vividas desagradavelmente, com o aparecimento de características sexuais adultas, para além de outras mudanças. No caso das meninas, a entrada na puberdade e o aparecimento da menstruação pode ser conversado e suavizado entre amigas. Para os rapazes, o grupo de pares pode constituir um meio onde surjam assuntos pouco explorados e com dúvidas fundamentais. Em suma, através do grupo de pares abre-se o pensamento, revelam-se novas visões e possíveis identificações. Todo este processo é um fator basilar no desenvolvimento do adolescente, tornando-se mais igual a si próprio.
Acredito que a utilização das redes sociais representa uma preocupação acrescida, nomeadamente na sexualização corporal. Os adolescentes entram em contacto, precocemente, com conteúdos sensíveis e de foro sexual. Contudo, é necessária uma atitude de acompanhamento para acautelar eventuais traumas ou entraves ao desenvolvimento. Partilho alguns pontos que exigem especial atenção:
1. Internalização de padrões de beleza
Atualmente, verifica-se uma supervalorização do corpo, tornando-se facilitada a internalização (adoção de padrões, atitudes ou práticas) de uma imagem corporal idealizada e, muitas vezes, patrocinada por edições de fotos que não coincidem com a realidade. Neste âmbito, a atenção e o auxílio na construção da autoestima dos adolescentes é imprescindível.
2. Perturbações alimentares
A preocupação excessiva com o corpo abre as portas ao crescimento das perturbações alimentares. A melhor prevenção é o diálogo sincero e claro relativamente aos hábitos alimentares e à imagem corporal. Contudo, se os comportamentos de risco surgirem ou se mantiverem (jejuns, vómitos, comer excessivamente…), deverá consultar um profissional de saúde.
3. Uso excessivo das redes sociais
O uso de redes sociais poderá dar origem a problemas relativamente ao reconhecimento de emoções. Por exemplo, é comum os filhos perceberem, apenas pelo olhar dos pais, que estes os estão a repreender ou a dar ordens. Contudo, para esta interação ocorrer, é necessário que se saibam ler as pessoas. Questiono muito fortemente se este uso excessivo de aparelhos não prejudicará interações tão naturais e simples. Acresce que o adolescente se torna mais igual a si mesmo, isto é, pensa melhor e compreende as suas caraterísticas, em grupo. A quase dependência de conteúdos virtuais faz com que exista, recorrentemente, um confronto com padrões acima dos seus.
4. Comportamentos autolesivos
São agressões diretas ao corpo e, por detrás deste ato, está, geralmente, um sofrimento grave, movido por um sentimento de vazio ou por uma substituição da dor física pela psicológica. Quando os pais verificam estes comportamentos, é urgente que peçam ajuda a um profissional de saúde.
5. Consumo de álcool (ou drogas)
A adolescência é um período de experiências e o álcool é uma via facilitadora da socialização. Contudo, o contacto precoce com estas substâncias deve ser interpretado como alarmante na nossa sociedade. Reforço a atenção para os comportamentos repetitivos, isto é, beber vários dias por semana ou em quantidades excessivas. Neste ponto torna-se pertinente o diálogo franco e aberto relativamente às consequências do abuso de álcool e de outras drogas.
Numa breve nota final, embora o investimento relacional não se focalize nos pais, estes são fundamentais, e o seu papel é estruturante. Por esta razão, é relevante a promoção da autonomia, da autoestima e da independência, a par com a responsabilidade do adolescente, sublinhando que os adolescentes não são adultos, mas estão a um breve passo dessa transformação. O diálogo genuíno é a melhor prevenção, para quase tudo na vida!
SUGESTÕES DE LEITURA
Para ajudar a compreender e dialogar com os jovens...
Para os jovens desenvolverem a autoestima e aceitarem-se tal como são...
A autora
Marta Ramalho da Costa – Psicóloga
Instagram:
martadacosta_psic
Contacto:
937442094
Consultas:
Viviere Medical Clinic – Braga e no Rizehealing – Vieira do Minho
Na adolescência, os jovens enfrentam desafios, com destaque para a consciencialização do corpo e a pressão dos padrões de beleza promovidos pelas redes sociais e pela sociedade. Neste artigo, a autora ajuda a compreender estas mudanças físicas e emocionais e a abordá-las de forma positiva, através de uma comunicação aberta e apoio.
Segundo a OMS, a adolescência compreende as idades dos 10 aos 19 anos e implica, na maior parte das vezes, mudanças de atitude por parte dos jovens que levam a sentimentos de desespero para pais e familiares. Os adolescentes iniciam um processo de dissolução da autoridade parental, e as zangas tornam-se mais constantes do que os pais consideram razoável. Por outras palavras, enquanto em crianças o foco se centrava nos pais, nas suas opiniões e decisões, na adolescência o foco volta-se para o grupo de pares e, como tal, os adolescentes começam a colocar em perspetiva as orientações e opiniões dos pais.
As mudanças corporais podem ser críticas e vividas desagradavelmente, com o aparecimento de características sexuais adultas, para além de outras mudanças. No caso das meninas, a entrada na puberdade e o aparecimento da menstruação pode ser conversado e suavizado entre amigas. Para os rapazes, o grupo de pares pode constituir um meio onde surjam assuntos pouco explorados e com dúvidas fundamentais. Em suma, através do grupo de pares abre-se o pensamento, revelam-se novas visões e possíveis identificações. Todo este processo é um fator basilar no desenvolvimento do adolescente, tornando-se mais igual a si próprio.
Acredito que a utilização das redes sociais representa uma preocupação acrescida, nomeadamente na sexualização corporal. Os adolescentes entram em contacto, precocemente, com conteúdos sensíveis e de foro sexual. Contudo, é necessária uma atitude de acompanhamento para acautelar eventuais traumas ou entraves ao desenvolvimento. Partilho alguns pontos que exigem especial atenção:
1. Internalização de padrões de beleza
Atualmente, verifica-se uma supervalorização do corpo, tornando-se facilitada a internalização (adoção de padrões, atitudes ou práticas) de uma imagem corporal idealizada e, muitas vezes, patrocinada por edições de fotos que não coincidem com a realidade. Neste âmbito, a atenção e o auxílio na construção da autoestima dos adolescentes é imprescindível.
2. Perturbações alimentares
A preocupação excessiva com o corpo abre as portas ao crescimento das perturbações alimentares. A melhor prevenção é o diálogo sincero e claro relativamente aos hábitos alimentares e à imagem corporal. Contudo, se os comportamentos de risco surgirem ou se mantiverem (jejuns, vómitos, comer excessivamente…), deverá consultar um profissional de saúde.
3. Uso excessivo das redes sociais
O uso de redes sociais poderá dar origem a problemas relativamente ao reconhecimento de emoções. Por exemplo, é comum os filhos perceberem, apenas pelo olhar dos pais, que estes os estão a repreender ou a dar ordens. Contudo, para esta interação ocorrer, é necessário que se saibam ler as pessoas. Questiono muito fortemente se este uso excessivo de aparelhos não prejudicará interações tão naturais e simples. Acresce que o adolescente se torna mais igual a si mesmo, isto é, pensa melhor e compreende as suas caraterísticas, em grupo. A quase dependência de conteúdos virtuais faz com que exista, recorrentemente, um confronto com padrões acima dos seus.
4. Comportamentos autolesivos
São agressões diretas ao corpo e, por detrás deste ato, está, geralmente, um sofrimento grave, movido por um sentimento de vazio ou por uma substituição da dor física pela psicológica. Quando os pais verificam estes comportamentos, é urgente que peçam ajuda a um profissional de saúde.
5. Consumo de álcool (ou drogas)
A adolescência é um período de experiências e o álcool é uma via facilitadora da socialização. Contudo, o contacto precoce com estas substâncias deve ser interpretado como alarmante na nossa sociedade. Reforço a atenção para os comportamentos repetitivos, isto é, beber vários dias por semana ou em quantidades excessivas. Neste ponto torna-se pertinente o diálogo franco e aberto relativamente às consequências do abuso de álcool e de outras drogas.
Numa breve nota final, embora o investimento relacional não se focalize nos pais, estes são fundamentais, e o seu papel é estruturante. Por esta razão, é relevante a promoção da autonomia, da autoestima e da independência, a par com a responsabilidade do adolescente, sublinhando que os adolescentes não são adultos, mas estão a um breve passo dessa transformação. O diálogo genuíno é a melhor prevenção, para quase tudo na vida!
SUGESTÕES DE LEITURA
Para ajudar a compreender e dialogar com os jovens...
Para os jovens desenvolverem a autoestima e aceitarem-se tal como são...
A autora
Marta Ramalho da Costa – Psicóloga
Instagram: martadacosta_psic
Contacto: 937442094
Consultas: Viviere Medical Clinic – Braga e no Rizehealing – Vieira do Minho