É de ofícios ou mesteres que se preenchem as páginas desta obra. Dos desaparecidos (ou quase) e dos que já fazem parte da toponímia da cidade (como na Rua dos Caldeireiros). De alfaiates, vendedores ambulantes de gravatas e carvoeiros; das fortes carquejeiras, que percorriam uma verdadeira via dolorosa para que as fornalhas das padarias e o aquecimento das casas pudessem funcionar, aos ardinas que vendiam o Notícias e o Comércio com os seus pregões, este é um livro de homenagem aos trabalhadores que deram ao Porto o título popular de “Cidade do Trabalho”.
Repleto de gravuras, ilustrações e fotografias, Germano Silva apresenta oito ofícios com normas muito próprias (como organização em confrarias ou irmandades e culto ao respetivo padroeiro) e mais de 20 profissões que fizeram parte da vida do Porto e que já desaparecem (ou quase) do quotidiano da cidade.
O lançamento de Porto, Profissões (quase) desaparecidas está marcado para o dia 26 de outubro, às 17:30 horas, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto (na Praça Gomes Teixeira). Além de uma conversa com Pedro Olavo Simões, coordenador editorial da revista Jornal de Notícias – História, esta sessão conta com uma muito especial participação do Rancho Folclórico do Porto, que irá assegurar a presença de muitos dos ofícios retratados neste livro.
SOBRE O LIVRO
“Quem merca penca ou tronchuda!”
“Olha o Notícias, já traz o crime!”
“D’agora viva…! É do nosso mar!”
“Ó freguesa, não quer levar?”
No Porto de outros tempos os pregões reboavam pelas ruas, pintando um quadro típico da azáfama da cidade. Muitos conhecem o epíteto “Porto, capital do trabalho”, poucos conhecerão os ofícios que lhe deram origem... Este meu livro relembra e dá a conhecer alguns dos ofícios que ocupavam as gentes do Porto, uns entretanto desaparecidos, outros adaptados aos tempos modernos. A todos pretende render homenagem.
Nestas páginas, o leitor vai também descobrir porque é que as carquejeiras merecem uma estátua, que truque usavam as leiteiras para rentabilizar o negócio, ou porque é que os moleiros eram mal vistos pela Igreja. Estas e muitas outras curiosidades de ofícios desconhecidos ou quase desaparecidos que fazem parte da história da cidade.
SOBRE O AUTOR
Germano Silva Nasceu em Penafiel em 1931, mas mudou-se com a família para o Porto, com apenas um ano de idade. Aqui cresceu, estudou e trabalhou toda a sua vida.
Chegou ao Jornal de Notícias em 1956, como colaborador desportivo, e foi aí que se tornou jornalista, tendo sido, sucessivamente, estagiário, repórter informador, repórter, redator e chefe de redação. Aposentou-se em 1996, mas mantém-se ligado ao JN.
Continua a organizar regularmente passeios guiados pelo Porto – é comum vê-lo a percorrer as ruas da cidade seguido de centenas de pessoas.
Em 2015 recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Porto e em 2017 foi agraciado com a Ordem de Mérito, grau de Comendador, pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.
Germano Silva é um dos maiores conhecedores do Porto e das suas histórias. E é, acima de tudo, uma amante da sua cidade.