2023-03-06

Celebramos a poesia todos os dias!

E, por isso, não faltam propostas de leitura logo neste primeiro trimestre do ano…

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O ano editorial da Assírio & Alvim arrancou com a publicação de Canção Derruída, a estreia em Portugal da brasileira Mar Becker. Este volume reúne o conjunto de textos que a poeta havia consagrado em Sal (2022) e, com «ecos e variações», composições revisitadas de A Mulher Submersa (2020). Assim, é possível percorrer cada uma destas páginas como sendo parte de um «novo livro», estrutura unitária que nos revela a força destas paisagens de desolação, fragilidade, mas também de uma beleza escondida.  

 

 

 

Também na coleção Poesia Inédita, destaque para Oníricas, o regresso de Ana Marques Gastão ao catálogo da Assírio & Alvim, no ano em que a poeta comemora 25 anos de vida literária. Partindo da transcrição de sonhos ao longo de várias décadas, a obra cruza a rememoração dessas paisagens além-consciência, transfiguradas pela palavra poética, com o ímpeto de captar os seus matizes e vibrações através de uma série de desenhos digitais que acompanham estas composições. 

 

 

 

Do passado, em jeito de celebração do 90.º aniversário do nascimento do autor, Toda a Terra pode ser lido como uma síntese magistral do percurso de Ruy Belo na poesia portuguesa: aqui estão manifestos os seus motivos recorrentes – o sentimento de exílio, o mar, a experiência religiosa – impressos em poemas longos, de grande fôlego, que percorrem uma biografia entre as geografias que organizam tematicamente o livro: «Areias de Portugal» e «Terras de Espanha». Trata-se do 13.º título da coleção da Assírio & Alvim exclusivamente dedicada ao poeta. 

 

 

 

Ainda no capítulo dos autores portugueses, outro marco histórico a registar: a publicação de Fidelidade (1958), o aprofundar de uma matriz poética mais tarde reconhecível, onde as cicatrizes de um descontentamento com a situação do mundo e do país se começam a desenhar. Sem concessões, Jorge de Sena apõe cada palavra com a precisão do arquiteto, segurando a construção do templo. Este volume conta com prefácio de Nuno Júdice. 

 

 

 

E por falar em obras imprescindíveis, Novos Poemas é uma obra de maturidade de Rainer Maria Rilke. Traduzidos e prefaciados por Maria Teresa Dias Furtado, estes versos foram construídos em duas fases: a primeira entre 1903 e 1907, e a segunda escrita entre os verões de 1907 e 1908. Aqui, a linguagem eclipsa qualquer tipo de subjetividade e concentra-se no mundo concreto das coisas, dedicando poemas a obras de arte, monumentos e lugares.  

 

 

 

No universo da novidades poéticas, destaque igualmente para Casa e logradouro, de Aurelino Costa, o 22.º volume da coleção elogio da sombra (Porto Editora). Para o coordenador deste projeto, Valter Hugo Mãe, «a poesia de Aurelino Costa é braçal e tem que ver com as coisas da terra». Nos 44 poemas que compõem o livro, «tudo é demasiado real e a sua nostalgia apenas sublinha o quanto nos afastamos daquela que parece ser a nossa própria natureza». 

 

 

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