Finda a leitura de O Ladrão de Arte nunca mais será possível olhar para um canivete suíço com a mesma inocência. Ao protagonista desta mirabolante história narrada por Michael Finkel bastou tal instrumento do tamanho de um bolso, uma esferográfica e um cartão para roubar obras de arte no valor de dois mil milhões de euros. As vítimas foram dezenas de museus e igrejas de França, Alemanha e Bélgica, astuciosamente privados de relógios, instrumentos musicais, livros medievais, tapeçarias, estátuas, artefactos religiosos, peças de marfim, elmos, espadas, esculturas e pinturas. Tudo isto depois «encafuado no covil do sótão de uma casa insignificante, situada nas proximidades de uma cidade miserável».
O caso verídico de Stéphane Breitwieser, o ladrão de arte mais bem-sucedido e mais prolífico que jamais existiu, fez parangonas de jornais em todo o mundo no início dos anos 2000. Agora inspirou um livro, com ritmo de thriller e de grande reportagem, ou não fosse fruto de mais de uma década de trabalho intermitente, inúmeras viagens e investigações, conversas com polícias, advogados, amigos e familiares de Stéphane e, mais importante ainda, no exclusivo de horas de entrevistas com o sorrateiro ladrão de arte. E pensar que a sua única motivação para roubar era «cercar-se de beleza para se deleitar com ela»...
Ouça as palavras do autor sobre o livro considerado o melhor do ano pelo The Washington Post e pela The New Yorker: